Capítulo 48🤍

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Ana Clara narrando🤍

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Ana Clara narrando🤍

DK e meu pai chegam hoje para nos buscar. Decidi que vou conversar com ele sobre tudo o que está passando na minha cabeça. Preciso colocar as cartas na mesa, mesmo que doa. 

Agora são 2h da manhã, e o sono simplesmente não vem. Desligo a televisão, ligo o ar-condicionado e viro para tentar dormir. O silêncio da noite é quebrado por barulhos de passos no quintal de trás. Provavelmente são os vapores fazendo a ronda. Não era para ser nada de mais, mas o som das folhas secas sendo pisadas me incomoda. 

Pego o celular e mando uma mensagem para o Breno, chefe da segurança da casa. 

📲 Boa noite, Breno. Tem como você pedir para os meninos tentarem não passar aqui embaixo da janela do meu quarto? Estou tentando dormir e me assusto com o barulho das folhas.

Mandei e virei para o canto, tentando relaxar. Só que o barulho muda. Agora os passos estão acelerados. Correria. Algo está errado. 

A porta do quarto abre com tudo, e Theo aparece, ofegante. 

– Vai, Ana! Corre! Vamos pro cofre! 

– Por quê? – pergunto, ainda meio grogue. 

– Mais ação e menos pergunta. Anda logo! 

Levanto apressada e corro atrás dele. Quando entramos no cofre, minha mãe já está lá, visivelmente tensa. 

– O que está acontecendo? – pergunto, tentando controlar a respiração. 

– Descobriram aqui – Theo responde, a expressão carregada de tensão. 

– Meu Deus... Seu pai sabe? – minha mãe pergunta, a voz trêmula. 

– Não sei, acho que não. Ana, foi você que avisou os vapores das movimentações no fundo?

– Sim... 

Ouvimos passos do lado de fora. Theo já pega a arma, e minha mãe me puxa para perto dela. Sinto o coração disparar. 

Uma voz grave ecoa do outro lado da porta. 

– O foco é a Ana. 

Meu corpo inteiro começa a tremer. Instintivamente, coloco a mão na barriga e começo a rezar. Rezo como nunca rezei na vida, tentando encontrar forças. 

Um barulho seco de tiro atravessa o silêncio. Meu coração quase para. A porta do cofre é aberta com violência. 

– Sai vocês duas e foge – ordena uma voz desconhecida. 

Minha mãe me puxa pela mão, me guiando para fora. Quando olho para o corredor, vejo algo que nunca vou esquecer: dois corpos caídos no chão, mas, ao lado deles, está meu irmão, Theo, caído em uma poça de sangue. 

Dois vapores estão ao lado dele, mexendo no celular. 

– Eu não vou deixar meu irmão aqui! – grito, tentando me soltar. 

– A médica já tá vindo. Ele tá suave. Esse sangue aqui nem é dele – diz um deles, sem desviar o olhar do celular. 

Ainda assim, minha mente se recusa a aceitar. Quero correr até ele, mas sinto um dos vapores me puxando enquanto outro carrega minha mãe, que parece em choque. 

Quando percebo, já estamos na sala. Minhas malas e as da minha mãe estão ali, prontas. Eles nos colocam dentro de uma van sem dizer nada. 

– Eu quero meu irmão! – insisto, quase gritando, para um dos vapores. 

– Ele mandou te entregar isso. Pediu ontem, se acontecesse algo com ele. 

Ele me entrega um envelope. 

– Então ele estava sentindo... – sussurro, mais para mim mesma. 

O vapor não responde. Só me lança um olhar frio e sai. Seguro o envelope nas mãos, mas não consigo abrir. Não tenho forças para lidar com o que quer que esteja ali dentro. 

O ódio por essa vida cresce dentro de mim. Odeio tudo isso. Odeio viver nesse caos. Odeio o medo que sinto pelo meu filho. 

Minha mãe, que sempre foi forte, toma um remédio para dormir. Provavelmente foi o efeito do remédio que a fez adormecer tão rápido. Encosto minha cabeça na janela da van, exausta, e o sono finalmente me vence. 

(...) 

Acordo com gritos. 

– Sai da van, porra! – alguém berra. 

Abro os olhos e vejo dois homens apontando fuzis. Um na minha cabeça, outro diretamente na minha barriga. Levanto as mãos, tentando não provocar mais nada. Eles me puxam para fora e me jogam dentro de um carro. Minha mãe já está lá, com as mãos amarradas e a boca tampada. 

Fazem o mesmo comigo. Amarram minhas mãos e tampam minha boca. 

Minha mãe tenta gritar, mas um deles coloca um pano molhado na boca dela, e ela desmaia quase imediatamente. 

Penso em gritar também, mas a voz não sai. 

"Isso não pode estar acontecendo... Não agora. Não comigo." 

Antes que pudesse entender mais alguma coisa, senti a visão escurecer. 

"Eles não podem fazer isso comigo. Eu estou grá..."

Tudo apagou.
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Amor Proibido - Entre Fogo e PólvoraOnde histórias criam vida. Descubra agora