Capítulo 82🤯

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Dk🤯

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Dk🤯

Já tava tudo na régua, esquematizado há meses. Esse assalto ao banco era o trampo mais grande que eu já tinha caído na vida. Aceitei essa missão antes de voltar com a Ana, quando minha vida ainda tava na pista, sem rumo. Agora era tarde pra voltar atrás. Só ia os de confiança, os que tavam na correria comigo desde o início. Quinze moleques no total, tudo vapor pesado, e a responsa era grande. Não tinha como dar errado. 

O alarme do celular tocou, me puxando do sono. Olhei pro lado e vi a Ana dormindo tranquila, com o Jorge no meio da cama e a Maitê no bercinho ao lado. Meu coração apertou na hora. Dei um beijo nos três, demorando mais na testa da Ana, como se quisesse guardar aquele momento na memória. 

Desci pro andar de baixo, fiz um café rápido e fui pra sala. Ajoelhei no tapete e comecei a oração: 
— Deus, tá ligado que minha caminhada não é das mais certas, mas olha por mim, tá? Protege minha família. Cuida da Ana, do Jorge, da Maitê. Se eu não voltar dessa missão, deixa eles bem, em paz. E se for da Tua vontade, traz eu de volta pra eles inteiro. Amém. 

Levantei, respirei fundo e me joguei no sofá, ainda processando o que tava por vir. De repente, ouvi passos leves atrás de mim. Era Ana, com a Maitê no colo, me olhando com aquele misto de preocupação e tristeza. 

— Missão? — ela perguntou, direta. 

Suspirei. Sabia que não dava pra esconder dela. 
— Nem vem, Ana. Já tinha pulado nessa antes de nois voltar. 

— Você não pode ir, Douglas. É perigoso demais! — a voz dela tava embargada, mas firme. 

— Eu tenho que ir, branquinha. Não tem volta. 

— Eu posso conversar com meu pai, pedir pra ele te tirar dessa. 

— Não é só teu pai que tá de frente nesse rolê, Ana. Tem peixe grande envolvido. Não é simples assim. 

— O que vocês vão fazer? — ela insistiu, os olhos marejados. 

— Assalto ao banco. Grande. Mas é o último, branquinha. Depois disso, sumo do morro. Papo de mudança de vida. 

Ela engoliu seco e abaixou o olhar pra Maitê. 
— Volta vivo e inteiro pra sua família, Douglas. Por favor. 

— Não sei se vou conseguir, Ana. Mas prometo que, onde quer que eu esteja, vou tá cuidando de vocês. Teu pai e o Th vão tá junto. Se rolar treta, uns vapor vão te buscar. Sobe pra casa da tua mãe e fica lá. Ela já sabe de tudo. 

Ana balançou a cabeça, sem conseguir responder. 
— E as crianças? 

— Se não der pra eu voltar, já tá tudo esquematizado. Tem gente pra cuidar de vocês. Não fica perdida, Ana. Onde tua mãe for, cê vai. Ela já tá na caminhada faz tempo, entende mais que ninguém. 

Ela começou a chorar, mas tentou segurar a firmeza. 
— Eu não vou conseguir viver sem você, Douglas. Volta, por favor. 

Cheguei perto, segurei o rosto dela com as mãos. 
— Eu nem fui ainda, branquinha. Logo tô de volta. Mas, ó, não me liga. E lembra que eu te amo. Amo vocês. 

Nos despedimos com um beijo longo, cheio de dor e esperança ao mesmo tempo. Antes de sair, ouvi ela começar uma oração baixinha por mim, pedindo pra Deus me trazer de volta. Aquilo me deu uma força que eu nem sabia que tinha. 

Lá fora, encontrei o Terror me esperando, já encostado na van. 
— Tá tudo suave? — ele perguntou, olhando firme. 

— Ana me viu saindo — confessei, ainda tentando esconder a preocupação. 

— Camila também me viu. Fica tranquilo. Bora focar. 

Entramos na van e partimos. Os outros moleques já tavam no carro de apoio, tudo armado até os dentes. Durante o caminho, Terror repasou o plano mais uma vez: 
— É o seguinte: nois chega e trava a área. Cada um tem sua função, ninguém sai do esquema. Qualquer brecha pode dar ruim, então fica esperto. 

Chegamos ao banco no horário exato. O silêncio antes da ação era sufocante. Cada segundo parecia uma eternidade. Quando começamos, foi tudo sincronizado. A gente sabia o que tava fazendo. Explodimos os cofres, dominamos o espaço, e o esquema foi fluindo. 

Enquanto o dinheiro era carregado, a adrenalina subia. Eu tava atento a cada detalhe, mas não podia negar que o coração tava acelerado. Era muita grana. Parecia um sonho distante finalmente se tornando realidade. 

Na hora de sair, todo mundo já tava se dispersando. Foi quando eu vi um saco de dinheiro esquecido no chão, bem na porta do cofre. Meu instinto gritou. 
— Espera aí, vou pegar mais aquele. 

Terror virou na hora, os olhos arregalados. 
— Tá maluco, moleque? Deixa isso aí, bora vazar! 

— É rápido, confia! — respondi, já correndo de volta. 

Peguei o saco e, no mesmo instante, ouvi as sirenes. Meu sangue gelou. A polícia chegou metendo bala, e o tiroteio começou. As balas ricocheteavam, e eu me joguei atrás de uma coluna. 

Terror e os outros gritavam do lado de fora. 
— DK, sai daí! Vamo embora, mano! 

Mas eu tava preso, sem saída. Meu coração disparou. "É isso, Deus?", pensei. E ali, naquele instante, minha vida inteira passou na minha cabeça e comecei a fazer uma oração.

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Amor Proibido - Entre Fogo e PólvoraOnde histórias criam vida. Descubra agora