Capítulo 58🤯

45 2 0
                                    

Dk🤯 

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Dk🤯 

O dia tava cinza, bem do jeito que eu me sentia por dentro. Tava foda, mano, essa situação toda com a Ana. Ela era o amor da minha vida, minha base, meu tudo. Nunca pensei que ia errar a ponto de colocar tudo a perder. 

Sentado no sofá da laje, a cabeça fervia. O Terror chegou com aquele jeitão dele, direto. Ele já sabia que eu tava na merda e não ia aliviar. 

— O que eu te falei no dia que tu me contou que tava namorando com a minha filha, hein? — Ele chegou pesado, os olhos cravados em mim. 

— Ixi, Terror... eu não fiz nada, mano. 

— Eu perguntei, DK, o que eu te falei? 

Suspirei, já sabendo onde ele ia chegar. 

— Que eu ia morrer da pior forma se fizesse a Ana sofrer. 

— Isso mesmo. Agora solta a voz, porra. Que que aconteceu? Tu sabe que eu te conheço, moleque. Se tu mentir, vai ser pior. 

Encostei as costas no sofá e olhei pro céu, buscando as palavras. 

— Tá, vou falar, Terror. Ó... tu lembra que eu já tinha te falado daquela parada, né? A afilhada da minha mãe, aquela mina que disse que era apaixonada por mim antes de eu ficar com a Ana? 

— Tô ligado. 

— Então. Ela tava no último baile. Única coisa que eu menti pra Ana foi que eu falei que ia dormir no morro, que tinha uns bagulho pra resolver. Mas, na real, eu só queria dar uma folga, sabe? Dar uma respirada. Aí fui pro baile. 

Terror cruzou os braços, mas ficou calado, me deixando continuar. 

— Quando a Ana chegou lá e me viu... mano, eu sabia que tinha dado ruim. Fui atrás dela, só que essa mina foi mais rápida. Ela veio, me deu um beijo na bochecha que quase acertou a boca e ainda soltou: "amor, tô te esperando no carro". Foi nessa hora que tu desceu voando do camarote. A mina foi embora depois disso, e eu fiquei ali, sem saber o que fazer. 

Ele ficou me encarando por uns segundos, o que foi mais tenso do que se ele tivesse gritado. 

— Beleza. Acredito em você. Mas não concordo com o que tu fez. Tu cagou, DK. Agora, resolve isso. Pelo menos esclarece as coisas com ela. 

Eu sabia que ele tava certo. Não dava mais pra enrolar. Respirei fundo, peguei a chave da moto e parti. 

---

Cheguei na casa da Ana e bati na porta. Ela abriu, séria. Nem parecia a mulher que sempre me recebia com um sorriso. 

— O que você quer, Douglas? — Ela cruzou os braços, firme. 

— Quero conversar, Ana. Só isso. Me dá uns minutos, por favor. 

Ela hesitou, mas deu espaço pra eu entrar. Sentei no sofá enquanto ela ficou de pé, me olhando de cima. 

— Fala. 

— Ana, eu sei que errei. Não devia ter mentido pra você. Eu só queria um tempo pra mim, mas acabei indo pro baile, e aí... aconteceu aquilo. Mas eu juro por tudo que é sagrado que não fiquei com ninguém. Aquela mina não significa nada pra mim. 

Ela suspirou, como se já soubesse o que eu ia falar. 

— Douglas, eu acredito que você não me traiu. Mas o problema não é só isso. O problema é o que você tem se tornado. Você mudou muito nesses dois meses. Voltou a cheirar, tá sempre distante. Só aparece pra tirar foto com o Jorge e dar presente. Isso não é ser pai. 

— Ana, eu posso mudar. Eu vou mudar, caralho! Eu amo você, amo o Jorge. 

— Não duvido que você ame a gente, mas amar não é suficiente. Eu tinha planejado tudo, sabia? Cada momento com a nossa família. E o principal: você como o pai da minha família. Mas isso não vai acontecer, Douglas. 

Essas palavras me atingiram como um soco no peito. Não tinha resposta. Só consegui olhar pra ela, tentando segurar as lágrimas. 

— Eu vou criar o Jorge sozinha por enquanto. Você pode vê-lo quando quiser, mas como família... acabou, Douglas. 

Ela me deu um beijo na testa, aquele gesto que parecia dizer adeus. Eu fiquei ali, parado, enquanto ela foi buscar o Jorge. Quando voltou, ela o colocou nos meus braços. 

— Se despede do seu filho. 

Segurei o pequeno e senti o mundo desabar. Ele riu pra mim, sem entender nada, mas aquele sorriso me quebrou ainda mais. 

— Eu te amo, moleque. Nunca se esquece disso. O papai vai sempre cuidar de você, tá? 

Dei um beijo na testa dele e devolvi pra Ana. Sai da casa sentindo como se a vida tivesse acabado. 

---

Entrei no carro e fechei a porta. O silêncio me engoliu. E aí, desabei. As lágrimas caíam sem controle, enquanto a cabeça girava com todas as possibilidades. 

Dois caminhos estavam diante de mim. O primeiro era o mais fácil: largar tudo, voltar pra vida de antes e ser apenas o pai ausente que entrega presentes e tira fotos. 

O segundo era mais difícil: lutar pela minha família. Mudar de verdade, provar pra Ana que eu podia ser o homem que ela precisava, o pai que o Jorge merecia. 

Enquanto o motor do carro roncava, encostei a cabeça no volante. 

Qual caminho eu vou seguir?
-------

Amor Proibido - Entre Fogo e PólvoraOnde histórias criam vida. Descubra agora