1- Presságios

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O mosteiro de São Bento situado na cidade do Rio de Janeiro é uma histórica igreja localizada no Morro de São Bento, no centro do Rio de Janeiro. Na entrada da igreja, há dois grandes arcos que acima há pequenos triângulos feitos de ouro, mais a frente se encontra os portões de ferro que dão entrada para a igreja. O interior da igreja é totalmente forrado com talha dourada que vai do estilo barroco de fins do século XVII ao rococó da segunda metade do século XVIII.

Em um dos primeiros bancos da igreja, estava sentado um velho de mais ou menos 70 anos, que detinha uma longa batina preta, seu rosto era totalmente tomado por rugas porem tinha lindos olhos verdes que davam ao pobre velho uma aparência bastante amistosa, os ralos cabelos que tinha na cabeça eram brancos e parecia cair cada dia mais.

-louvado seja o senhor- sussurrou o velho e se levantou

- você reza como se ele te escutasse- uma voz foi ouvida ao fundo da sala

O velho abade virou a cabeça e ficou surpreso pelo que viu – não e só por que ele não aparece em seu quarto a noite que ele não existe meu caro

- Inácio – disse o jovem que acabara de entrar na igreja – não acredito que ele não exista, só sei que ele não se importa

O abade olhou de cima em baixo o jovem que estava a sua frente, o jovem que parecia ter uns 30 anos, tinha mais ou menos um metro e setenta, tinha o rosto alongado composta por um par de olhos azuis, um nariz um pouco arrebatado e sua barba era fina e por fazer. Vestia um longo sobretudo preto acompanhado de uma calça Jeans cinza desbotada e meio esfarrapada e uma camisa preta, tudo aquilo misturado a um cabelo castanho escuro dava ao jovem uma aparência de playboy mal humorado

O velho Inácio soltou uma risada – Daniel sua falta Fé e tão divergente com o que você e realmente

Daniel soltou uma risada e deu um abraço no velho abade – e bom vê você velho gaga

- também e muito bom te ver, menino insolente – ao fim do longo abraço, Inácio o convidou para dentro – e melhor entrarmos, você deve estar cansado

Inácio levou Daniel ate sua casa que ficava nos fundos da igreja, era um local simples, onde as paredes eram pintadas de branco e havia poucos moveis e objetos pela casa

- faz tempo – Daniel parecia estar lembrando-se de antigas coisas enquanto olhava por toda a sala

-realmente, faz muito tempo- disse Inácio – agora vá tomar um banho, sinto que você não voltou só para matar as saudades

Trinta minutos depois Daniel estava de volta, com as mesmas roupas só que agora mais apresentável. Inácio estava esperando por Daniel em sua mesa de jantar que era feita de madeira maciça. A cozinha de Inácio não era tão diferente do restante da casa, a única diferença eram as paredes que tinham pisos nas cores brancas e pretas

- e melhor você sentar- disse o abade – vamos tomar um vinho e ver o que você tem para falar

Daniel se sentou na longa mesa de madeira ao lado de Inácio – tem coisas estranhas acontecendo

Inácio colocou um vinho tinta sem rotulo em duas taças e deu uma delas para Daniel – como assim coisas estranhas? Achei que coisas estranhas era o seu serviço

- bom, devo dizer – Daniel tomou um gole – que algumas coisas estão mais estranhas do que outras

- que tal começar do inicio meu jovem, isso está confuso – sorriu o velho

- bom – começou Daniel – esses sinais começaram  aparecer a mais ou menos um ano, o primeiro evento estranho ocorreu na Itália, eu estava atrás de um demônio meia boca que estava tentando fazer pactos pelos arredores de Florença, mas quando finalmente conseguir pega-lo eu simplesmente percebi que não se tratava de possessão

- como assim? – Inácio interrompeu – demônios não podem simplesmente andar pela Terra

- foi isso que eu pensava, então eu torturei o desgraçado ate ele me contar que feitiço ele estava usando

-e qual era? –o abade parecia nervoso

-não tinha feitiço, depois de incansáveis sessões de tortura ele confessou que escapou do inferno em sua forma natural

- isso e impossível – Inácio tremia- demônios não podem passar em sua forma física para terra

- eu também achava isso Inácio – Daniel parecia preocupado, então reparei que isso estava acontecendo com certa freqüência, aconteceu na Grécia, Egito, Marrocos e ate mesmo na china

- bom talvez eles tenham achado uma brecha para o nosso mundo

- todos que eu capturei e torturei negaram o fato – Daniel fixou o olhar no velho abade

- talvez tenham eles mentido?

-para min? Impossível

Inácio sabia que era improvável, quando se tratava de tortura Daniel era horrivelmente formidável – então qual a sua teoria?

- bom não tinha nenhuma, até que há uns seis meses atrás nos arredores de Michigan, mais especificamente em Detroit eu encontrei um ceifeiro morto

Os olhos de abade se arregalaram – is... Isso – gaguejou o velho – e impossível, não pode ser.

- foi o que eu pensei – Daniel bebeu mais uma vez o vinho tinto

- quem o matou? – Inácio parecia não acreditar ainda

- bom, eu resolvi investigar e descobri que foi um demônio chamado Baldur, e que esta matando ao redor do globo ceifeiros com suas próprias foices

- por que um demônio esta matando ceifeiros?

- e isso que eu vou perguntar pessoalmente a esse demônio, e depois mandá-lo para o inferno

- como vai matar um demônio que provavelmente esta em forma física? – o velho encheu as duas taças

- do mesmo jeito que matei os outros que encontrei – a expressão de Daniel era assustadora -vou jogá-lo em uma piscina de água benta e deixar derreter

- ok, são muitas informações, demônios em forma em suas formas físicas, ceifeiros sendo mortos e em fim, qual e o real motivo da sua visita e o que você acha que e tudo isso?

-Rastreei esse demônio que se chama Baldur ate aqui, no Rio de Janeiro – respondeu Daniel – o jovem respirou – e vim até você meu velho, por que preciso de sua opinião sobre o que esta acontecendo

- bom, parece que os demônios estão planejando algo grande, talvez um ritual que necessite de ceifeiros

- e se eu te disser – interrompeu Daniel -que há duas semanas avistei um anjo no México queimando um demônio

Inácio congelou, parecia que a noticia queimou todos os seus neurônios e o fez esquecer-se de tudo, então ele disparou – você deve estar louco, anjos não saem do céu a no mínimo desde a queda de lúcifer, isso e impossível

- eu achei que tinha bebido demais naquela noite, porem parece que não, eu não pude vê-lo muito bem, mais era de fato um anjo, senti a áurea dele e era pura luz

- o que ele queria com o demônio? – perguntou Inácio

- o mesmo que eu, saber onde estava o demônio que anda matando ceifeiros, escutei o demônio falando a localização desse tal Baldur, por isso estou aqui

-esta bem, você vai caçar um demônio que está sendo caçado por um anjo? Eu nem preciso dizer quem é a corda mais fraca nessa história não é?

- preciso de respostas, e preciso saber exatamente o que você acha que e isso tudo?

- não sei –a expressão de Inácio era de medo – porém, parece que é grave e parece que vai ser algo grande

- seja lá o que for, estarei pronto quando vir – Daniel se levantou – temos que encontrar um demônio que está perseguindo ceifeiros, acho que vamos usar o seu porão não e? – Daniel sorriu

Inácio retribuiu o sorriso. "você não tem jeito não e?". o abade levantou e disse – acho que teremos que usar aquele livro velho

- exatamente – seguiu andando Daniel – também pensei no livro das folhas

PandemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora