51 - Lágrimas

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Ventava forte na madrugada do dia 31 de outubro na cidade do Rio de Janeiro. Daniel e Azazel estavam caminhando pela famosa pone Rio-Niterói.

- Por que aqui? - Daniel parecia irritado com o fato de estar andando aquela hora da madrugada, naquele local.

- Eu não controlo essa pedra... Eu tentei fazer com que ela nos jogasse para o Rio de Janeiro. - O caído fez uma pausa. - Ela meio que fez o serviço.

- Um péssimo serviço. - Daniel olhou para trás, e pode ver um Siena prata de quatro portas se aproximando.

- Eu acho impossível ele parar - Concluiu Azazel.

O carro passou como uma bala por eles. Daniel suspirou fundo, abaixou a cabeça e continuou caminhando.

Azazel estava se divertindo com a impaciência do amigo.

                                                                                                 ...

Victor colocou Inácio na cama e saiu correndo em busca de um telefone. Fazia dez minutos que ele tinha entrado no mosteiro e viu aquela cena horrível. As imagens ainda circulavam em seu pensamento.

- Mais que merda! - Gritou. - Eu saio para comprar suprimentos e olha o que acontece...

Nesse momento um barulho de asas foi ouvido do lado de fora. O velho se assustou e pegou um revolver na cintura, mas antes que saísse pela porta, Samandriel entrou apressado.

- Que susto você me deu anjinho!

- Olá Victor! Me desculpe...

- Por favor! - Interrompeu o velho. - Não temos tempo para isso, as coisas estão bem malucas.

- Do que você está falando? Onde estão todos?

                                                                                                        ...

Daniel e Azazel caminharam por vinte minutos até conseguirem chegar na Rodoviária Novo Rio, uma das principais da " Cidade Maravilhosa".

Os dois rodaram um pouco no local, até finalmente conseguirem um taxista que levasse-os até o Mosteiro de São Bento.

- Festa a fantasia? Ou algum programa que deu errado? - Zombou o taxista ligando o carro e dando partida.

- Você não faz ideia... - Ironizou Azazel.

                                                                                                                ...

- Ha quanto tempo ele está nesse estado? - Perguntou Samandriel assustado.

- Victor sentou na cabeceira da cama. - Eu não sei, eu cheguei e ele já estava caído, enquanto os fiéis... Todos mortos.

Samandriel encostou as mãos sobre o peito do velho abade e uma intensa luz saiu de seus membros superiores. Quando acabou, a expressão do anjo era de frustração.

- Não funcionou? Seus poderes de cura, sumiram?

- Não tem haver com meus poderes de cura, isso é um feitiço antigo. Uma coisa que não pode ser mudada. É o tipo de coisa que apenas Lúcifer conhece.

Victor estremeceu. - Está dizendo que o Diabo fez isso?

O anjo balançou a cabeça em afirmação. - E não a nada que possamos fazer, nosso amigo vai morrer em desespero e solidão.

PandemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora