31- Objetivo interrompido

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Samandriel andava pelo deserto infernal com as roupas sujas de lama, algemas nos pés e nas mãos e uma fisionomia de dor. Logo atrás dele Monu e Ikiri iam escoltando o anjo, dando empurrões nele de vez em quando.

- Não gosto desse seu plano anjo! – Resmungou Monu.

- Você tem outro melhor? Então mantenha o seu papel. – Sussurrou Ikiri.

Samandriel apenas abaixou a cabeça. O plano realmente não era bom, porém era o único que ele havia conseguido articular visto as circunstâncias.

- Anjinho! – Sussurrou Ikiri depois de uma hora de caminhada. – Olhe a sua frente, chegamos a grande cidade infernal, ou como é conhecido pelos humanos.... O Inferno!

O caçador levantou a cabeça e vislumbrou a grande obra de arte de Lúcifer. O Grande Inferno.

O anjo reparou que o lugar mesclava beleza com medo. Era realmente uma cidade enorme, cercada de grandes muros feitos de uma espécie de rocha negra. Samandriel apertou os olhos e pode enxergar um rio cujo as aguas eram avermelhadas.

- O rio Estige – Silabou Samandriel.

Monu riu. – Exatamente. Esse rio traz as almas dos pecadores para o inferno, e lá – O demônio apontou para uma margem do rio onde havia demônios magros e vermelhos com grandes garfos enferrujados espetando as almas e tirando elas das águas infernais. – Lá as almas são recolhidas e levadas para dentro dos portões infernais.

Samandriel olhou para frente e viu uma fila de homens e mulheres das mais diferentes idades, todos nus e com buracos pelo corpo, causados pelos garfos. – E quando entram encontram suas eternas torturas. – Comentou o anjo

- Calados! – Alertou Ikiri.

Os três se calaram e continuaram caminhando.

Depois de mais dez minutos caminhando Samandriel sentiu uma mão fria segurar sua nuca.

- A partir daqui devemos trata-lo como prisioneiro anjinho! – Sorriu Ikiri agarrando forte a nuca de Samandriel com suas patas pequenas e pegajosas.

Monu abriu um sorriso ao ver aquela cena e passou a frente dos companheiros, indo em direção do grande portão do inferno.

Samandriel olhou de relance e abaixou a cabeça, teatralizando uma expressão de dor e raiva

Passando em meia as fileiras amontoadas das almas pecadoras, Monu só parou quando viu um demônio alto e corpulento de pele vermelha-sangue virado de costas.

- Belzebu! – Gritou a barata.

O demônio se virou revelando em seus três metros e meio olhos esbugalhados, chifres gigantescos e de cor negro. O monstro estava nu, balançando suas partes intimas de um lado para o outro.

- Parece que o inferno está uma loucura. – Gritou mais uma vez Monu.

Belzebu fechou a cara e uma expressão de raiva tomo conta do seu rosto. – Monu? Barata inútil. Acha mesmo que pode vir falar assim comigo? – O demônio pegou a alma de uma mulher que estava ao seu lado e arremessou de novo no rio Estige. – O inferno está uma loucura, tivemos de fechar as portar e as almas estão se amontoando aqui fora!

- Temos uma coisa para Alaster! – Disparou Monu meio assustado com a expressão do grandalhão.

- Temos? Está falando de você e de seu amigo? Ikiri, não é?

Monu afirmou balançando a cabeça.

- Até onde todas as hostes Infernais sabem, - Prosseguiu o grandão - você e seu macho haviam fugido da morada de Lúcifer. E agora aparece você dizendo que tem algo para Alaster?

PandemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora