37 - Madrugada conturbada

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Daniel e Azazel resolveram voltar para casa andando. Já passava das 02:00 da manhã de uma segunda-feira e as ruas do bairro estavam praticamente vazias, com apenas alguns drogados e mendigos passando pelos becos.

- Ela vai ficar bem? – Perguntou Daniel, se referindo a Karina.

- Sim, sim. Aquela mulher sabe se cuidar, diria que é capaz de matar até mesmo um celestial. – Azazel sorriu.

Os dois caminharam em silencio por mais algum tempo, até que Azazel parou de repente.

- Esqueceu alguma coisa lá em Karina? – Perguntou Daniel inocentemente.

- Você não sentiu? Uma energia maligna. – Respondeu o caído. – Tem alguma coisa poderosa aqui.

- Não é apenas uma coisa! Mas são várias! – Respondeu Buck, que apareceu do nada atrás de Daniel e Azazel.

Os dois se viraram com um pulo.

- Quem é você? – Perguntou Daniel puxando sua adaga.

- Boa noite senhores, peço desculpas por essa minha falta de educação. Me chamo Buck sou assistente pessoal de Samael, o mensageiro do diabo. – O tom de voz do demônio era cordial.

- Samael? Aquela cobra? – Azazel puxou a bereta do lado esquerdo do cinto. – Realmente você está ferrado filho, trabalhar com aquele cara é furada.

- Eu apenas cumpro ordens senhor. – Respondeu Buck. – Por falar nisso – Ele prosseguiu com um tom de voz calmo. – Minhas ordens para essa noite é mata-los.

Daniel soltou uma risada. – Como?

Buck estalou os dedos. – Assim!

De repente a energia negra que Azazel havia sentido voltou com tudo, mas dessa vez até Daniel sentiu. Os dois começaram a olhar ao redor e do canto das paredes, dos becos e das ruas sombras começaram a tomar formas, formas de criaturas de três metros de comprimento, criaturas essas sem rosto com apenas um chifre no topo da cabeça. Detinha longos braços e pernas repletos de garras, e eram totalmente negros, da cabeça aos pés, parecendo mais apenas uma fumaça negra. Uma fumaça monstruosa e demoníaca.

- Banshis... – Sussurrou Azazel.

- O que são? – Perguntou Daniel assustado, enquanto olhava para todos os lados.

As criaturas estavam aparecendo mais e mais, cercando a dupla de todos os ângulos possíveis.

- Demônios de pura energia negra. Em algumas religiões são consideradas anti-fadas, essas mesmas religiões acreditam que quem vê uma Banshi é por que está prestes a morrer. – Explicou Buck sorrindo.

- Conversa. – Azazel sorriu. – São apenas o lixo do inferno, é isso que almas fracas se tornam quando não aguentam as pestilências do inferno.

Os três ficaram em um silencio profundo por alguns segundos.

Daniel estava nervoso. O nefilin nunca havia enfrentado aquele tipo de monstro, e pior, eles estavam cercados. – Merda. – Disse ele em voz baixa.

- Daniel? – Chamou Azazel. - Está pronto?

- Para que? – O nefilin estava surpreso.

Antes que Daniel pudesse pensar Azazel fechou a mão esquerda, virou para a direita, onde havia uma dúzia de Banshis bloqueando a rua, e abriu, liberando um feixe de Luz forte que fez os demônios sombras que ali estavam evaporarem. – Para correr! – Gritou ele.

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