28 - Inferno Angelical

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Quando Lúcifer resolveu criar o inferno ele quis que o lugar fosse completamente diferente da Terra, em todos os aspectos, pois ele queria que os humanos chegassem em um lugar onde não pudessem reconhecer e se sentirem completamente perdidos. Então ele resolveu mudar a passagem de tempo no local, tornando dez vezes mais rápida do que a da terra, ou seja um dia na terra significava dez no reino inferior.

Para Amadriel tudo aquilo pareciam décadas. A mulher-anjo estava sentada em uma cadeira de ferro com apenas um tapa sexo nas partes intimas. O corpo que antes era esbelto agora estava magro e sujo, os cabelos foram arrancados e por fim sua asa esquerda havia sido arrancada restando apenas a esquerda que estava toda manchada de sangue.

- Arcanjo Miguel? Você me ouve meu Arcanjo? – Sussurrava a celeste. – Eu não aguento mais tudo isso, meu corpo sofreu demais, todos os dias eu peço que eles me matem, mas é tudo em vão...

As preces da prisioneira foram interrompidas pelo barulho da porta de metal a sua frente que abriu com um rangido assustador.

O demônio que apareceu na porta tinha as feições de um homem de quarenta e cinco anos que vestia jaleco e calças brancas. Os cabelos brancos eram penteados para trás que davam a sua face branca uma expressão séria, mas serena quando se olhava bem nos seus olhos azuis.

Alaster olhou para tudo naquela pequena feita de rochas brutas, porem seus olhos se fixaram na celeste seminua que estava a sua frente.

- Bom dia! – Gritou o demônio com uma voz fina e com tom de ironia. – Espero que meus demônios tenham te tratado bem enquanto estive fora. – Ele entrou e fechou a porta. – Sabe, está tudo um inferno lá fora – Uma risada alta e assustadora. – Esse negócio de apocalipse está mexendo com todo mundo.

- É uma pena – Debochou Amadriel.

O torturador tirou do bolso um pequeno canivete preto e enfiou na coxa da celeste.

- Desgraçado! – Gritou

- Sabe Amadriel, eu já fui um anjo. – O demônio deu a volta na cadeira de ferro e trouxe uma espécie de bancada com rodinhas repleta de objetos para tortura. – Mas no fim eu aceitei a proposta de Lúcifer e estou aqui. – Mais uma risada doentia.

- Por que? – Amadriel cerrou os olhos mostrando raiva.

- Por que faço isso? Bom...

- Não – Ela interrompeu. – Por você se aliou a Lúcifer?

O demônio olhou bem nos olhos da celeste e pegou uma agulha de mais ou menos quinze centímetros. – Nem todas as nossas escolhas são certas, não é? Veja você, escolheu confiar em seu querido Arcanjo Miguel e agora está aqui. – O demônio pegou a agulha e enfiou na garganta da prisioneira.

Amadriel sentiu aquele ferro entrar em sua jugular e começou a tossir. – Tira....

Alaster de maneira rápida tirou a agulha e sorriu.

- Maldito...

- Por favor minha anjinha, não fale muito vai precisa de sua garganta para o que vai vir agora.

Alaster não era conhecido como mestre da tortura atoa, o demônio sabia exatamente que uma boa tortura não deveria machucar só o corpo, mas a ama também.

O demônio pegou uma pequena adaga e se posicionou atrás de Amadriel. – Peço que não leve isso para o lado pessoal. Normalmente o príncipe das trevas me pede para arrancar informações, mas no seu caso ele só ordenou que lhe causasse dor, apenas dor.

- Por favor – Amadriel começou a chorar. – Eu não aguento mais, essa asa é tudo que me resta...

- Aguenta anjinha! – Gritou de repente o Demônio esfaqueando as costas da celeste.

Todos os demônios e todas as almas humanas que estavam naquela masmorraestremeceram com a força dos gritos que vinham da última sala. Aquela era sem dúvidaa pior tortura para um anjo. 




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