Calma ai garoto! – Alertou Azazel. – É melhor você respirar primeiro.
- Droga Azazel. Ele foi embora sem nem mesmo dizer o porquê. Ele sabia que ela estava gravida e a abandonou mesmo assim. – Daniel estava transbordando de raiva.
- Se acalme Daniel. – Disse Karina.
- Por que voltaram tão rápido? – Azazel se virou para a mulher ignorando Daniel.
- Eu senti uma presença lá. É um pouco estranho...
- Anjos não podem entrar no paraíso. – Lembrou Azazel.
- Eu sei, mas era um poder muito forte e estava chegando perto. Eu não quis arriscar.
- Podemos nos concentrar no que realmente importa? – Daniel estava impaciente.
- Ok! Vou fazer um pouco de chá enquanto você explica tudo ao Azazel. – Disse Karina, saindo com passos largos.
...
Karina chegou em sua cozinha e olhou com certo prazer para o cômodo que ela mesma havia mobiliado. Era uma cozinha pequena; as paredes eram todas revestidas por azulejos brancos com detalhes de flores azuis, os armários eram todos fixados na parede e feitos de madeira de carvalho claro, uma arvore muito raro. No canto direito tinha uma geladeira branca e no esquerdo um fogão e ao lado uma pia de mármore acinzentado.
Ela pegou uma chaleira no armário acima de sua cabeça e colocou a agua para esquentar. Após fazer isso, a mulher resolveu se sentar. A sensação que teve enquanto estava fora de seu corpo com Daniel, foi estranha. Ela já havia feito aquela viagem algumas vezes, mas nunca sentiu aquele poder. Aquilo não era uma alma, almas humanas não liberam tanta energia, era algo mais forte. Seja lá o que for, no início havia lhe causado um certo medo, mas agora que o susto de momento havia passado, aquela energia lhe parecia um tanto quanto boa. Na verdade, ela estava se sentindo atraída por aquele poder.
Karina despertou de seus devaneios com os olhos cheios de água. – Droga! – Disse ela secando as lagrimas e tirando a água, que já estava fervendo, do fogo.
...
- Balthazar? Nunca ouvi falar de nenhum anjo com esse nome. – Disse Azazel pensativo.
- Talvez você simplesmente não o conheça. – Sugeriu Daniel. – O que você acha que devemos fazer?
- Garoto, eu sei o que fazer. Mas o problema não é esse...
Karina entrou na sala nesse momento trazendo três xicaras em uma bandeja prateada. – É bom beberem. – Disse a mulher.
Cada um pegou uma xicara e se sentaram no sofá.
- Volte ao que estava falando Azazel. – Disse Karina. – Qual o problema?
- Talvez o buraco seja mais em baixo do que nós imaginamos. Mesmo que um anjo não conheça o outro, sabemos o nome de todos que existem.
- Então vocês têm uma lista na cabeça com o nome de todos os anjos? - Daniel ficou surpreso com aquilo.
- Sim! É exatamente isso. - Concordou o caído bebendo um gole do chá
- Meu pai então não é um anjo? – Daniel pegou sua xicara e colocou de novo na bandeja.
Karina discordou com a cabeça. – Eu senti sua energia assim que entrou por essa porta. Você é um nefilin!
Azazel concordou. – Quanto a isso não resta dúvidas, mas precisamos encontrar seu pai para saber o que está acontecendo.
- Ótimo! Como vamos fazer isso? – Daniel mais uma vez demonstrava uma expressão impaciente.
- Um feitiço bem antigo que eu conheço. Mas só iremos arranjar os ingredientes amanhã de manhã. Melhor irmos para casa, agora!
- Tem razão. - Concordou Daniel.
- Ok! – Exclamou Karina levantando. – Parece que vocês têm um mundo para salvar, não irei segurar vocês. – A mulher caminhou até a porta e a abriu.
Daniel saiu deixando apenas um sorriso para Karina.
- Se cuida! – Alertou Azazel para a mulher. – O mundo está pior do que nunca.
A mulher negra apenas sorriu.
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Pandemônio
Ficção GeralDaniel é um nefilin no meio de uma guerra entre o céu e o inferno. Em meio ao apocalipse Daniel terá de enfrentar grandes desafios para encontrar resposta do seu passado e parar a guerra que pode levar a humanidade a extinção. Mesclando diversas cul...