Daniel chegou até a casa abandonada mais rápido do que esperava, talvez pelo simples fato de achar que o demônio poderia acordar a qualquer momento e com certeza não seria uma coisa legal de ser acontecer.
O jovem tirou Baldur da mala e foi arrastando-o até a entrada da casa abandonada que não foi nada difícil de ser encontrada. A casa parecia mais uma daquelas residências de filme de terror de tão acabada que estava, na entrada Daniel pode reparar que o quintal precisava ser capinado pois os matos já estavam chegando nos seus joelhos. A casa em si, parecia ter uma pintura vermelha por toda a fachada e tinha dois andares, todos com janelas cerradas por madeiras pregadas.
Ao adentrar na casa Inácio já estava a sua espera na sala
- Você foi bem rápido - O velho disse virando de costas - Venha, não temos tempo a perder
Inácio guiou Daniel até o porão da casa que era uma área relativamente pequena. Daniel reparou em uma cadeira de ferro e corrente em volta dela
- Como diabos isso veio parar aqui? - Disse Daniel jogando o demônio na cadeira
Inácio começou a prender as correntes ao redor do demônio - Espero que nenhum vizinho tenha me visto trazendo isso para cá, seria um grande problema, agora pare de fazer perguntas e traga as coisas que eu deixei na mesa da cozinha
Daniel subiu correndo e viu o que estava na mesa de madeira da cozinha, havia facas, martelos, pregos, garrafas de agua benta e tudo o que se poderia imaginar para uma sessão de tortura
- Parece que você fez o trabalho direito seu velho - sussurrou
Quando Daniel conseguiu terminar de descer com aquilo tudo o velho abade já tinha verificado se o demônio estava bem preso umas dez vezes
- Eu diria que você enlouqueceu Daniel
- Bom, ele sabe muito mais do que nós, precisamos de suas respostas - a voz de Daniel mostrava segurança. Essas correntes vão ajudar?
- Todas contem selos que de acordo com o livro das folhas conseguem prender demônios - Inácio se virou para a mesa de madeira que Daniel colocou os objetos de tortura - Agora essas coisinhas - O abade apontou para a mesa - São todas da minha coleção, acredito que vão te ajudar
Daniel deu uma risadinha de canto de boca - Irão, e muito
- Você já vai começar?
Daniel olhou ao redor por alguns minutos e reparou que o local era totalmente fechado e que mais parecia um cubículo do que um porão - vou esperar ele acordar, vamos lá para cima? Quero conversar em um lugar mais arejado
A noite estava linda na cidade do Rio De Janeiro, a lua parecia estar mais brilhante naquela noite enquanto as estrelas davam a impressão de estarem mais vivas e mais próximas do planeta.
Daniel e Inácio se dirigiram para o quintal da casa e o velho abade pode reparar que o rapaz não estava nada bem
- O que atormenta sua alma meu menino? - A voz de Inácio demonstrava afeto
- Eu sinto que as coisas irão mudar velhote - Daniel virou de costas e olhou para a lua
-tudo sempre muda garoto, ou então o mundo não seria uma criação dele - Inácio apontou para o céu - Deus é um Deus de movimento
Daniel ignorou aquele comentário - No porto, o demônio me chamou de nefilin
O velho arregalou os olhos e por um instante congelou - Nefilin? - repetiu Inácio
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Pandemônio
General FictionDaniel é um nefilin no meio de uma guerra entre o céu e o inferno. Em meio ao apocalipse Daniel terá de enfrentar grandes desafios para encontrar resposta do seu passado e parar a guerra que pode levar a humanidade a extinção. Mesclando diversas cul...