Lúcifer estava sentado em um trono de ouro, todo ornamentado com detalhes de rubi.
- Eu apenas desapareço por alguns meses e minha casa vai a ruína! - Exclamou o Diabo.
Um ser corcunda e de rosto deformado, que vestia apenas uma manta suja se ajoelhou. - Vossa santidade satânica, não tive nada haver com isso.
O olhar que Lúcifer jogou no demônio foi amedrontador. - Onde está Lilith? A chamou como eu ordenei?
- Sim mestre, a rainha dos sucumbus logo vai estar aqui. O cavaleiro também. - Completou
Quando as palavras terminaram de sair da boca da aberração, uma mulher que trajava um vestido branco e curto entrou na sala.
O Arcanjo negro soltou um sorriso ao ver a aparência quase perfeita de Lilith. Era alta e detinha lindos cabelos negros e curtos, que combinavam perfeitamente com sua pele branca e seus olhos verdes.
- Mandou me chamar, meu amado? - A voz da mulher parecia um sussurro.
- Minha querida! - Exclamou Lúcifer. - Demorou mais do que o normal.
- Os demônios estão inquietos, meu querido. - A mulher andou em direção da antiga estrela da manhã, e sentou em seu colo. Deixando suas partes intimas a mostra.
O demônio corcunda, que estava na sala, sentiu uma ereção.
A mulher olhou com raiva para ele. - Ousa me olhar? Quem lhe deu esse direito?
- Basta! - Sentenciou Lúcifer, se levantando e jogando a mulher para o lado. - Não lhe chamei para saciar meus desejos sexuais Lilith.
A mulher sorriu.
- Quero um relatório de meus exércitos.
Lilith se recompôs e virou de costas, olhando para uma janela no fundo da sala. - Nossos números superam potencialmente os do Arcanjo Miguel. Nossas tropas estão prontas para o grande embate, todos armados e ávidos para o combate.
O Diabo sorriu. - Ótimo! - E se virou para o demônio corcunda. - Quero uma reunião com os meus principais generais, mande-os se reunirem. Devo comunica-los sobre a batalha final.
O demônio fez uma referencia e saiu.
- Os cavaleiros estão atrasados. - Lembrou Lilith.
- O cavaleiro. - Lúcifer a corrigiu. - Somente morte foi convocado. Pedi para que Fome permanecesse na Terra.
As sobrancelhas da mulher se levantaram, em sinal de surpresa. - Por que? Precisaremos...
- Cale-se. Minhas ordens não devem ser questionadas.
Lilith abaixou a cabeça e soltou um sorriso maléfico. - De qualquer forma, ele está atrasado.
- Lave sua boca imunda para falar de mim, mulher desprezível. - Disse uma voz no mesmo instante.
O ser que entrou na sala era alto, magro e vestia apenas um manto preto. O cabelo era negro e parecia embaraçado.
Lilith soltou um sorriso e olhou para o cavaleiro da morte. - Achei que não viria.
Lúcifer sentou mais uma vez em seu trono. - Onde estava?
O cavaleiro penetrou um olhar amedrontador no Diabo. - Por que lhe interessa?
A antiga estrela da manhã revidou o olhar. - Temos um acordo.
Lilith estremeceu com o clima que estava na sala.
- Nosso acordo significa que vou ajuda-lo a destruir a autoridade celeste. Não preciso lhe dar satisfações do que eu faço.
- Eu lhe libertei! Posso muito bem coloca-lo de volta em sua jaula. -
O cavaleiro estremeceu. - Faria isso?
Lúcifer abriu um grande sorriso. - Não importa o que eu faria. Chamei-o aqui para resolvermos os termos finais da batalha.
- Sou todo ouvidos. - Disse morte.
- Pois bem, eu irei mandar ainda hoje, uma carta para o meu irmão, com o intuito de informa-lo sobre minhas exigências para a nossa disputa final.
- Acha que ele vai aceitar todas? - Perguntou Lilith.
- Tomei cuidado para que o acordo ficasse bom para ambos os lados, acredito que ele aceitara no mesmo momento. - Continuou Lúcifer.
- E a formação de batalha? Quem vai liderar os exércitos? - Morte parecia entusiasmado.
- Era nesse ponto que eu queria chegar. - Lúcifer sorriu. - Infelizmente estarei confrontando meu irmão, durante toda a batalha. E preciso de alguém em campo, para principalmente, cuidar dos outros Arcanjos, principalmente o Arcanjo Gabriel. Então eu decidi que Morte vai ficar incumbido dessa missão.
Lilith arregalou as sobrancelhas e abriu um pequeno sorriso.
- Enquanto você, minha queria Lilith, vai liderar os exércitos em campo. - Completou o Diabo.
- Sim mestre. - A mulher estava transbordando,internamente, alegria.
- Então estamos acertados assim. - Lúcifer levantou e saiu da sala. - Me acompanhe Lilith, temos que conversar com os generais.
A mulher se virou, mas antes de sair olhou para o cavaleiro com um ar de deboche.
- Você já esteve em uma guerra? - Perguntou o cavaleiro.
A mulher continuou andando. - Não é da sua conta.
Morte abriu um sorriso e desapareceu.
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Pandemônio
Fiksi UmumDaniel é um nefilin no meio de uma guerra entre o céu e o inferno. Em meio ao apocalipse Daniel terá de enfrentar grandes desafios para encontrar resposta do seu passado e parar a guerra que pode levar a humanidade a extinção. Mesclando diversas cul...