CAPITULO 2 - Luisa

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Despertei do meu cochilo em um sobressalto, sorri quando vi pela janela a minha linda cidade. Assim que pousamos, fui pela plataforma até a sala em que eles expõem as malas e fiquei esperando em frente à esteira. Peguei o celular da bolsa e liguei, verificando as mensagens e ligações perdidas durante o voo. Havia duas chamadas não atendidas de Vinicius e uma mensagem da minha tia, para ligar quando chegasse. Enquanto as malas ainda não apareciam, decidi ligar para ela.

— Oi querida. Como foi de viagem? — Ela atendeu já no segundo toque, devia estar com ele na mão mexendo no Facebook, provavelmente.

— Oi tia, só liguei para te avisar que acabei de chegar. Desembarcamos tem uns 10 minutos, e estou esperando minha mala. O Vini ficou de vir me buscar.

— Hum, então hoje tem um encontro — ela disse rindo, o que me fez rir também.

— Espero que sim, passamos as férias separados.

— Porque ele quer. Não se esqueça de que o convido para vir aqui com você, e ele nunca me visitou. — Isso era uma bronca, e eu tinha que dar razão a ela. Vinícius nunca me acompanhou em viagens de família, tão pouco me convidava para ir visitar a dele.

— Eu sei. Um dia eu o arrasto comigo. — Reparei algumas pessoas saindo com suas malas e me virei para a esteira. — Tia preciso desligar. Já liberaram as malas e vou procurar a minha.

— Ok, tenha uma boa noite. E não se esqueça de que pode vir aqui sempre que quiser, não apenas nas férias.

— Pode deixar, vou tentar ir mais vezes. Mande um beijo para a Lari, diga que já estou com saudade dela e do Tio Vagner também.

— Pode deixar. Um beijo, querida.

Desliguei o celular colocando-o no bolso de trás da minha calça jeans. Quando minha mala passou, peguei-a antes que a esteira a levasse novamente. Estava arrastando a mala de rodinhas pela saída, quando alguém me cutucou no ombro.

— Oi, namorada. Fez uma boa viagem? — Reconheci sua voz antes mesmo de me virar para confirmar.

— Ótima. Minha viagem foi excelente, até você voltar a me aborrecer.

— Que bom, fiz uma boa viagem também, obrigado por perguntar.

— Eu não perguntei.

— Ouvi hoje de uma garota, que devemos ser educados uns com os outros.

Virei para o lado para encará-lo, abrindo um sorriso irônico. — Quando as pessoas merecerem, não se esqueça disso. — Voltei a seguir meu caminho para a saída, e depois de passar pela porta, fiquei procurando por algum rosto conhecido entre as pessoas que estavam ali.

— Adoro esse teu temperamento. Qual seu nome?

— Não te interessa.

— Bom, então vai continuar sendo pequena ou namorada, qual prefere? — Ele insistia.

— Nenhum. Já tenho namorado e você não tem intimidade comigo, para me chamar de pequena.

— Quem sabe um dia isso vai mudar.

— O que vai mudar? — Virei para ele, um pouco confusa.

— Intimidade obviamente. Deus me livre ser seu namorado, você deve ser um porre.

— Provavelmente. Se eu sou tão chata assim, por que ainda está aqui? — Inclinei minha cabeça para o lado, esperando por sua resposta.

— Não sei. Algo em você me atrai. E gosto de ver que te deixo nervosa.

— Me deixa nervosa porque você é irritante.

— Não é por isso que fica nervosa, vi como ficou me olhando quando me viu pela primeira vez.

BASTA ME ESCOLHER - degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora