CAPITULO 36 - Luisa (parte 01)

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Eu odiava quando os planos não eram seguidos, odiava ter que começar a planejar tudo de novo. Eu tinha minhas roupas contadas, sabia os lugares que ia e tudo organizado. Eu tinha roupas de calor na mala, mas ainda sim odiava essas mudanças de ultima hora.

— Para com essa cara Luisa, eu já sei que você odiou essa mudança repentina de itinerário, mas nós precisamos acompanhar um dos nossos clientes para um contrato aqui, então precisamos vir — Marcelo comentou, entrando no nosso quarto. — A Adri e o Teo estão chegando daqui a pouco pra nos explicar tudo, e então relaxa e vamos aproveitar a cidade.

Nós estávamos hospedados agora em um hotel em Fortaleza, capital do estado do Ceará, onde ficaríamos até terça. Eu deitei na minha cama e fechei os olhos, estava cansada da viagem e precisava de um cochilo. Pouco depois senti minha cama balançando, e sabia que era Marcelo se deitando ao meu lado.

— Você tem sua própria cama, sabia? — perguntei ainda de olhos fechados.

— Eu sei, mas você disse que se eu não te tocasse não teria problema.

Eu tirei meus tênis com os pés e me encolhi, procurando uma posição confortável.

— Isso foi ontem, hoje é outro dia, você pode ir pra sua cama.

Eu ouvi sua risada, e me obriguei a não abrir os olhos para ver seu sorriso.

— Cala a boca e vá dormir, já coloquei o despertador para daqui a duas horas.

— Não me mande calar a boca, só eu posso isso.

— Direitos iguais.

O sono já estava chegando e eu queria o quanto antes esquecer que ele estava ali. Na noite de hoje ele demorou um pouco para dormir ao meu lado, mas assim que o cansaço o venceu ele dormiu como uma pedra, nem mesmo o despertador o acordou depois. Ele estava na mesma posição, não havia se movido nem um centímetro na cama. Eu não sabia se era porque ele realmente não se mexia na cama ou se ele tinha tomado o cuidado de não invadir meu espaço.

— Luisa. — Sua voz era um sussurro próximo a minha orelha. — Acorda bela-adormecida.

— Olha quem fala, você hoje de manhã não ouviu nem o despertador — retruquei ainda de olhos fechados e enterrando meu rosto no travesseiro.

— Eu não tenho culpa se você me fez dormir, acho que peguei sua preguiça por osmose.

Eu ouvi a risada dele, e mais uma vez lutei para não abrir os olhos e ver o sorriso em seu rosto. Eu estava gostando mais do que o normal de ver seus olhos brilhando e seus lábios curvados em um sorriso lindo. Tentei voltar no sono, mas senti suas mãos segurarem um de meus pés e fazer cocegas. Quando eu pensava coisas fofas sobre o Marcelo, ele sempre fazia algo para eu odiá-lo.

— Mas que merda — eu gritei, puxando minha perna. — Eu odeio quando você faz isso.

— Não, você não odeia, e eu amo quando você acorda rindo.

E agora eu odiava aquele sorriso confiante em seus lábios. Porque é que eu falei que ele tinha um sorriso bonito mesmo?

— Eu vou te acordar com um balde de água fria um dia, espere só.

Ele deu de ombros. Alguém começou a bater na porta e Marcelo foi abri-la. Matteo e Adriana entraram no nosso quarto, e antes mesmo que eu pensasse em me levantar para cumprimenta-los, ambos deitaram na minha cama.

— Que bom te encontra aqui, eu não estava mais aguentando a Adri sozinha — resmungou Matteo pulando sobre mim e me abraçando. Eu comecei a rir enquanto ele apertava minhas bochechas.

BASTA ME ESCOLHER - degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora