CAPITULO 29 - Luisa (parte 02)

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Eu estava amando Pernambuco, a atmosfera aqui era outra. As pessoas sempre sorrindo e festejando, música alta era ouvida de qualquer lugar. Eu sempre amei esta época do ano, mas o carnaval aqui era definitivamente outro nível.

— Vamos subir? — perguntou Vini quando retirou o livro de minhas mãos. Ele colocou meu marcador na página que havia parado e deixou meu livro sobre a mesa, se deitando ao meu lado na esteira. — Já está anoitecendo, precisamos jantar para ir às ruas do centro.

Parecia uma boa proposta, mas eu queria aproveitar aquela praia mais um pouco. Eu deixei que ele me abraçasse e deitei minha cabeça sobre seu peito, enquanto via o sol se pôr. Ele abriu os olhos ainda sorrindo para mim. Eu sempre me senti adorada e protegida quando ele me olhava, aqueles olhos azuis com pontinhos verdes em volta da sua pupila sempre me trouxeram a sensação de calmaria, como o céu. Como eu poderia abrir mão disso? Como eu poderia deixar que alguém me confundisse quando eu tinha tudo o que havia sonhado bem diante de meus olhos? Eu mentiria se não admitisse que meu corpo e meu coração agiam de forma estranha quando estava com o Marcelo, mas era algo que me assustava e me deixava nervosa, o contrário do que eu sentia com o Vinicius. Com ele eu sabia que estava segura, com o Marcelo eu não tinha tanta certeza.

— Está tudo bem? — ele perguntou tocando meu rosto. — Senti que você saiu do ar por um tempo.

— Eu preciso te contar uma coisa, e eu espero que você não fique bravo comigo.

Seus olhos me analisaram quando contei a ele sobre a noite de sábado, quando eu conheci o Lucas e acabei dormindo com ele e o Marcelo na sala. Não contei o teor das conversas que tive, assim como não contei à minha mãe, mas tentei não esconder mais nenhuma informação. Eu não gostava de mentir para ele.

— Aconteceu mais alguma coisa? — perguntou ele. — Eu preciso me preocupar com isso?

— Não, não precisa se preocupar e nada mais aconteceu. Quando atendi estava um pouco confusa e depois eu não soube como te contar isso por telefone, mas não aconteceu nada.

— Se você diz, eu acredito, confio em você, Luísa.

Eu acenei e deitei minha cabeça em seu peito de novo, e deixei que seus braços tirassem todas as dúvidas da minha mente. Eu não queria mais pensar nisso, e ficar fazendo comparações parecia ainda mais errado do que estar com o Marcelo.

Nós subimos ao hotel para nos arrumar, e depois do jantar fomos para o centro da cidade. Eu segurei suas mãos firmes com as minhas, como se tivesse com medo de que ele me soltasse. Havia pessoas de abadás, outras com roupas de banho e alguns homens já estavam sem camiseta. As pessoas pulavam e dançavam com tanta alegria, que era impossível não se contagiar. Nós seguimos os carros alegóricos e trombamos em todas as pessoas pelo caminho. O dia todo eu senti o ansioso, mas aqui dançando comigo e se divertindo, eu o percebi mais relaxado. Era quase três da manhã quando finalmente cansamos e voltamos para o hotel. Nós tomamos banho e então ele me amou novamente, mas desta vez parecia mais relaxado. A primeira vez estava com uma pitada de urgência e saudade, agora era como ele sempre fazia, lento e carinhoso. Eu virei para o lado e ele estava ofegante, mas com um sorriso enorme nos lábios.

— Eu te amo tanto, Lu, obrigado por ter vindo passar esses dias comigo.

Eu não pude deixar de sorrir ao ouvir. Deitei minha cabeça sobre seu peito, deixando que o movimento da sua respiração me levasse ao sono. Eu estava tão cansada, que tenho certeza que não demorei muito para dormir.

BASTA ME ESCOLHER - degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora