Eu acordei com um movimento de sobe e desce nas minhas costas. Espreguicei-me abrindo os braços, mas minhas mãos baterem em algo. Ouvi um gemido e abri os olhos assustada. Marcelo ao meu lado segurava o queixo.
— Eu suspeitei que talvez você se arrependesse de dormir comigo hoje, mas não que me acordaria com um soco na cara — ele resmungou.
Eu me sentei rindo e toquei seu rosto.
— Me desculpa, foi sem querer. Onde eu bati? — perguntei. Ele riu e apontou para o queixo. Distribui beijos por todo seu rosto e me afastei, olhando para ele. — Melhorou?
— Levar um soco não foi legal, mas gostei dos beijos depois. — Ele tirou o cabelo do meu rosto e sorriu, aquele sorriso lindo, que fazia coisas esquisitas com meu estômago. — Bom dia.
— Bom dia — eu sussurrei sorrindo para ele também. — Dormiu bem?
Ele acenou com a cabeça e me derrubou na cama. Seu peito quente em minhas costas e suas mãos me mantiveram presa. Ele deitou o rosto no meu ombro e beijou meu pescoço. Fechei os olhos e deixei que as lembranças de ontem me invadissem.
Eu ainda não sabia o que estava fazendo, nunca fui de trocar o certo pelo duvidoso, mas estar nos braços do Marcelo não parecia errado. Quando eu o procurei ontem eu ainda não sabia o que fazer, mas bastou que ele me olhasse e me tocasse para que toda a bagunça em minha mente fosse para os ares. Ele tinha este poder sobre mim, eu quisesse ou não. Eu queria descobrir como era estar em seus braços, assim como agora. Eu queria sentir o gosto de seu beijo, assim como ontem. Eu só queria saber como era finalmente aceitar o que meu coração pedia.
— Faz tempo que você está acordado? — eu perguntei, passando minha mão sobre os braços dele em volta da minha cintura.
— Acordei apenas há alguns minutos, mas você estava tão linda deitada sobre mim que não quis te acordar.
Eu me virei para ele sorrindo, foi impossível não sorrir depois de ouvir sua declaração. Afundei meu rosto em seu pescoço e respirei fundo. Eu senti uma mistura de shampoo e desodorante. Um cheiro tão dele, tão bom, tão viciante.
— Ainda dá tempo de descer para tomar café? — eu perguntei.
— Eu pedi serviço de quarto, deve estar subindo daqui a pouco.
Eu beijei seu pescoço em agradecimento.
— Muito inteligente da sua parte.
Ele riu e me abraçou. Era tão estranho que eu me sentia tão confortável ali, como se aqueles braços fossem o lugar que eu deveria estar acostumada, como se eu pertencesse a eles. Era tão surreal pensar desta forma, mas era como eu me sentia. Até ontem eu tinha vergonha e medo de tudo que se referia a ele, e agora eu queria tudo que ele podia me oferecer.
Alguém bateu na porta e Marcelo se levantou, puxando o carrinho com nosso café da manhã para dentro do quarto. Meu estômago roncou e me sentei rapidamente na cama. Nós tomamos nosso café, comemos nossos lanches, e roubamos as bolachas um do outro. Não foi muito diferente de algumas semanas atrás, a implicância estava ali, como sempre, mas desta vez não tinha nenhuma culpa. Ele continuou me roubando beijos quando eu estava distraída, assim como ontem, mas agora eu estava acostumada e esperando por eles. No começo eu não queria aquela aproximação toda na frente da Adriana e do Matteo, embora eles parecessem não se importar com a situação, como se já estivessem acostumados com aquilo. Foi estranho mostrar intimidade com Marcelo, mas ele sempre fazia isso de forma tão espontânea, como se me abraçar ou me beijar na frente dos outros fosse uma coisa habitual que fazíamos sempre. Isso foi o que mais me assustou, apesar de ser tudo novo, era como se as coisas estivessem como deveriam ser.
VOCÊ ESTÁ LENDO
BASTA ME ESCOLHER - degustação
RomanceSINOPSE Luisa tinha sua vida planejada. Terminar os estudos, começar a carreira em um escritório de advocacia, se esforçar para conquistar espaço no mercado de trabalho e ser reconhecida por isso. As únicas coisas que vinham antes de sua carreira er...