CAPITULO 36 - Luisa (parte 02)

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Seu sorriso se desfez e ele parou, eu não me importei de espere-lo, continuei a passos rápidos até o restaurante do hotel. Estava na porta quando o vi, Vinicius, batendo na mesa e conversando com o Alan, que gesticulava com as mãos sem sentido. Adriana e Matteo apareceram em seguida, com Marcelo logo atrás deles, e caminhamos até a mesa. Vinicius se levantou procurando por todos os lados, e seu rosto ficou branco quando me viu. Acenei para ele a distancia, com o melhor sorriso irônico que eu podia.

— Porque diabos é que você não me contou que estava aqui? — eu perguntei colocando a mão no peito de Vinicius, quando ele tentou se aproximar. — Eu pensei que você estivesse em Recife.

— Eu poderia fazer a mesma pergunta — retrucou ele, com aquele olhar de reprovação.

— Bom, se tivesse me atendido hoje de manhã eu teria te contado. Até porque, eu te mandei mensagem avisando que íamos para outra cidade hoje.

Ele olhou para os meus amigos atrás de mim, claramente constrangido. Eu sabia que ele odiava chamar atenção, principalmente quando eu gritava ou agia desta forma. Mas eu não iria me desculpar, eu precisava ouvir uma explicação.

— Por favor, vem comigo — Vinicius pediu, alcançando meu pulso. — Eu vou te explicar.

Eu me soltei do seu braço e caminhei para o jardim, sem qualquer cumprimento para Alan ou explicação para os outros. Sentei em um dos bancos e me virei para Vinicius.

— Muito bem, pode começar.

— Quem são aqueles? — ele perguntou, se sentando ao meu lado.

— Pergunta errada.

Ele novamente olhou para mim, reprovando minha reação e eu cruzei meus braços. Ele não iria me enrolar.

— Nós tínhamos uma reunião, uma das empresas aqui quer instalar nosso projeto das eólicas no Ceará também. Eu não sabia que iriamos vir, soube de ultima hora.

Olhei para ele com os olhos semicerrados.

— Sei, e porque não retornou minhas ligações hoje? Aliás, porque a porcaria do celular esta desligado?

— Eu não retornei por causa da viagem, meu celular esta no quarto, deve ter descarregado a bateria. Luisa, por favor, não precisa de tanto escândalo por causa disso, assim como você fez as coisas de ultima hora, eu também. Foram apenas desencontros.

Ele olhava para mim com algo no olhar. Não era mais aquele olhar de reprovação, era um olhar nervoso, eu conhecia aquele olhar. A forma como ele apertava a coxa, como ele não tentava se aproximar porque sabia que eu o empurraria, ele estava sendo cauteloso. E eu sabia, que sempre que ele era cauteloso, era porque escondia algo.

Ele pegou minha mãe e eu deixei, ele aproveitou que eu havia desarmado e se levantou, me puxando contra ele. Sua boca invadiu a minha, como se ele realmente estivesse há muito tempo sem me ver e me deixei levar pelo calor de seus lábios.

— Eu te amo tanto — ele sussurrou contra minha boca. — Não faz nem uma semana e eu já estava com saudade.

Nós voltamos para a mesa onde os outros estavam. Marcelo soltou uma risada irônica quando nos viu de mãos dadas e virou sua taça. Eu apresentei Vinicius a ele e Matteo, e finalmente cumprimentei Alan. Depois do jantar fomos á festa, convidados por um dos clientes que o escritório tinha na cidade.

Adriana e Alan dançavam o tempo todo, mesmo que ele não fosse o melhor dançarino da festa, ele ao menos tinha ritmo e sabia conduzir. Eles riam e se beijavam a todo o momento, era realmente fofo de ver. Matteo me chamou para dançar e eu fui. Eu sempre dançava com o Rafael, e juntos fazíamos vários passos elaborados, mas com Matteo o nível era maior. Ele me conduziu à dança toda, me girando e nos levando para todos os lados.

BASTA ME ESCOLHER - degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora