Epílogo

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Epílogo 


Maya Rossi - 5 anos depois 




Pressiono a porcelana da xícara sob meus lábios ingerindo o líquido quente nela, a tragada lenta desceu por minha traqueia limpado minha respiração numa expiração ao folhear uma página da revista, franzi as sobrancelhas quando encontrei uma matéria bastante interessante, separei as pernas que se mantinham cruzadas uma sobre a outra indiretando minha postura para pegar o material médio. 


Já faziam cinco anos desde que nós havíamos nos casado e muita coisa mudou em minha vida, meu pai me apresentou como sua segunda filha para sua família a três anos e junto a essa posição vieram inimigos e amigos, tal como qualquer outro homem na famiglia meu querido pai se casou novamente e teve quarto filhos sendo estes a primeira uma mulher  de dezanove anos que não foi reconhecida por não ser um homem e perdeu o lugar para seu segundo irmão Marcos que lhe deu um fim quando se tornou mais velho, o terceiro se chama Caius um fruto de um caso do meu pai com uma servente negra que ganhou seu lugar como braço direito do capo da máfia francesa assim que saiu da família e construiu uma família lá com outra mulher negra, ele não chegou a ser hostil, na verdade ele foi o único que pouco se importou com a existência de outra filha, e o quarto e último filho ainda está estudando num colégio interno aqui na Itália. 

Pouco a pouco o lugar de sucessor vêm sendo disputando entre eles e com a minha chegada a guerra só piorou, diversos atentados desde envenenamento bem como assassinato foram dirigidos a mim durante esses anos, o ponto de ruptura veio quando tentaram levar meus bebês ao nascer, Vicent cuidadosamente me ajudou a matar cada um dos meus irmãos me deixando como única sucessora e herdeira do dinheiro do meu pai, ele insistiu para que eu tivesse minha própria independência caso eu precisasse fugir, Caius foi o único a renunciar quaisquer conexões com a herança do papai se isolando dos negócios passados ele reconstruiu sua vida longe dessa confusão. 

Ri numa bufada desacreditada, relendo as páginas de fofoca recentes, a primeira página era marcada pelo falecimento recente do  terceiro filho ou seja meu irmão, ele vinha dando trabalho por estar em fuga e se aliar a máfia russa se escondendo como um rato, as informações que o filho de uma das Famiglia se aliou aos inimigos atingiu o solo italiano, ele foi acusado de traição e sentenciado a morte sem a possibilidade de uma audiência com o conselho ,e assim que a máfia russa viu sua ganância e falta de inteligência e de alguma informação valiosa o deixaram no prato, depois de fugir por três meses ele foi encontrado em um motel barato cogitando fugir para o México em busca de ajuda também na máfia mexicana mas infelizmente a comida não lhe caiu bem já que depois de ingerir uma grande quantidade de veneno ele morreu em seu minúsculo apartamento miserável, seu corpo não teve direito nem mesmo a um enterro já que as pessoas se recusavam a recolher o corpo de um traidor. 

As coisas estão bem entre nós, ele está ocupado desde que toda essa merda explodiu e só nos vemos à noite, o que não é o suficiente para matar nossas saudades. 

Os passos pequenos surgiram ao meu lado me fazendo tirar os óculos de sol, meu filho Dimitri estava com uma carrancada suave sobre os lábios, a blusa amassada por sua correria junto a calça jeans, suas botas pretas pisavam sem dó na relva do jardim.


Te carreguei por nove meses aguentando enjôos matinais, mudanças de humor e você sai a cara estampada de seu pai? 

Toquei seu cabelo preto curto arrumando por trás de sua orelha, ele dizia odiar ser tratado com delicadeza mas sempre parecia mais calmo quando eu fazia isso. 

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