Capítulo 18

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Minha barriga estava começando a aparecer. Em casa eu só usava roupas largas, mas como tinha começado a trabalhar em uma fábrica não passava muito tempo lá para notarem.

A briga com o meu pai foi esquecida, tanto ele quanto minha mãe fingiam que nada tinha acontecido.

Eu estava chateada com Claudia por ela ter feito Lucas ir embora, mas ela era minha única amiga.

Eu ligava para ela todos os dias na hora do meu almoço. Nesse horário dava tempo dela chegar da escola, almoçar e descansar.

Ela estava bem irritada por ter repetido de ano, mas não falava sobre isso.

Na verdade ela não falava sobre muita coisa, ela estava mais calada nessa última semana. E isso estava me deixando preocupada.

O resto do dia foi bem tranquilo, depois do trabalho passei em casa para tomar um banho. Tinha prometido a Claudia que iria em sua casa no fim da tarde.

Tomei um banho rápido, coloquei um vestido folgado e uma sandália.

Estava arrumando meu cabelo quando minha mãe entrou no quarto.

-- Nem bem chagou e já vai sair?

-- Vou ver a Claudia.

-- Credo Fernanda, essa menina não cansa de você ficar enchendo o saco dela todos os dias? Você não deixa a coitada em paz, a família dela já está sofrendo de mais com a doença dela e você vai lá dar mais trabalho?

Eu revirei os olhos.

"Ao contrário de você, os pais dela gostam de mim. E eles gostam que eu faça companhia para a Claudia. Eu faço bem a ela.'' Pensei.

Estava cansada da minha mãe achar que eu estava me intrometendo na vida de Claudia. Ela era minha melhor amiga. Eu nunca deixaria ela numa situação tão difícil dessa. Como eu sei que se fosse o contrário, ela também não me deixaria.

-- Ela não vai cansar de mim. - disse por fim.

Ela me encarou.

-- Tem uma garota estranha ai na frente, ela disse que queria falar com você.

-- Garota estranha?

Ela fez que sim.

O cheiro do perfume de minha mãe estava embrulhando meu estomago.

-- tudo bem com você? Perguntou me encarando minuciosamente.

-- Só estou um pouco enjoada.

-- Você anda muito enjoada ultimamente, não acha? Disse como se soubesse meu segredo. - Você quer me contar alguma coisa Nanda?

-- Não, essa garota ainda está ai? Perguntei mudando de assunto.

-- Está lá fora. - ela deu de ombros.

Saí apressada de lá.

Sentada na calçada de casa estava Emília.

-- O que você está fazendo aqui? Perguntei.

-- Você me prometeu que conversaria com Claudia. - ela se levantou. - E por alguma razão eu acho que você não fez isso. - disse sarcasticamente.

-- Como descobriu onde eu moro? Perguntei.

-- Não interessa. - disse. - O que importa é que eu quero a Claudia fora do meu pé, e ela não para de me ligar e me mandar SMS. Draga Nanda! Eu disse que ficaria longe dela se contasse a ela, e você pelo visto não quer a sua amiguinha dramática longe de mim...

Um fio de esperança. {EM REVISÃO.}Onde histórias criam vida. Descubra agora