Capítulo 30

21 5 0
                                    

Toquei a campainha impaciente. Era a terceira vez que tocava e ninguém atendia. Bufei irritada e chamei por dona Ana. Foi só então percebi que o carro dela não estava na garagem.

Peguei meu celular e liguei para Claudia, chamou até cair na caixa. Ou ela não queria falar comigo, ou algo serio tinha acontecido.

Já estava indo embora quando ouvi um barulho vindo de dentro da casa. O barulho de uma porta batendo ou algo parecido.

Não conseguia acreditar na criancice de Claudia. Ela tinha deixado uma carta mal criada para mim e não queria me atender.

Só para me certificar que Claudia estava mesmo em casa liguei para o celular de Dona Ana

–– Alo?

–– Oi Dona Ana, desculpa incomodar a essa hora, mas a Claudia está com você?

–– Não meu bem. Ela está em casa. – disse. – Por quê?

–– Porque estou ligando para ela, mas ela não me atende.

–– Querida eu não estou em casa agora, mas se quiser eu te ligo quando chegar.

–– Não, tudo bem. Eu me resolvo com ela.

–– Tudo bem, agora vou ter que desligar Nanda. Rubens e eu estamos no centro e já vamos entrar . – disse e então ela desligou.

Eu sabia que Dona Ana era espirita, mas nunca imaginei que Rubens pudesse ir com ela ao centro.

Voltei ao portão e dessa vez chamei por Claudia. Esperei mais alguns minutos e como ela não apareceu, usei a chave que ainda tinha do portão de quando morava lá.

–– Claudia. – chamei quando entrei na sala.

Fui até seu quarto, a porta estava fechada, quando entrei levei o maior susto ao encontra-la caída no chão.

–– Oh meu Deus!

Eu corri até ela. Não sabia o que fazer. Eu não sabia nada sobre primeiros socorros.

Ela estava respirando, e isso era bom.

Peguei sua mão, ela estava um pouco gelada, e tentei sentir seu pulso.

Estava desritmado.

Aquilo me assustou. Não sabia se devia chamar uma ambulância.

Ela piscou, seus olhos ainda desfocados e mexeu a cabeça.

–– Claudia? chamei baixinho.

–– Hmm – foi o único som que saiu dela.

–– Tudo bem?

Ela fez que sim e se sentou.

Olhei seu rosto, ela estava pálida e parecia que ela não dormia há dias.

–– O que aconteceu? Perguntei ainda preocupada.

–– Acho que tive uma queda de pressão. – ela passou a mão no rosto.

–– Quando foi a ultima vez que você comeu? A pergunta veio automaticamente.

–– Eu não lembro, faz um tempinho. – disse um pouco zangada.

Foi como um Dejavu. Ela já havia me dito isso muitas vezes quando já desconfiava que ela estava doente.

Eu sabia que era mentira. Sabia que ela lembrava perfeitamente. Fiquei de pé e a encarei esperando pela resposta que não viria. A resposta sincera de quando ela tinha comido pela ultima vez.

–– Claudia! – eu a adverti. – você precisa de comida. – eu a ajudei a ficar de pé.

–– Já estou bem. – ela se esquivou.

Um fio de esperança. {EM REVISÃO.}Onde histórias criam vida. Descubra agora