O silêncio paira no ambiente. Fico inquieta com toda essa falta de movimentação,até porque ja faziam exatas 2h que eu me encontrava deitada. Logo pensei em ir ao refeitório para comer alguma coisa.Deixei Elasa dormindo embaixo da minha cama,um cantinho quente onde ninguém possa vê-la.
Pensativa,andei em passos curtos e sem 1 pingo de pressa. Effy me veio à mente. A forma que ela se comportou diante da situação que ocorreu no quarto anteriormente,me deixou confusa. Mas tentei parar de pensar em coisas que me deixariam triste.
-Uma coisa que eu não entendo.. É no prazer que a mente tem em nos fazer lembrar e ilustrar situações nas quais nós nos entristecemos. É como aquela louca vontade de tapar os olhos nas partes dos filmes de terror,porém mesmo com todo o medo de tomar um belo susto e tal,você acaba por tirar as mãos ou qualquer coisa que te impedia de ver a cena. Assim é o psíquico,que luta bravamente contra a sua vontade de não pensar naquilo que te faz sofrer. Milhões de coisas me vem à mente agora,das quais nenhuma eu queria imaginar.-. Distraída vago pelos corredores.
-Olá professora.-,A menina diz se aproximando.
-Você não precisa me chamar assim.-Digo parando.
-Realmente. Mas foi engraçado o jeito que você ficou.-,ela sorri e encosta-se na parede.
-Esta indo a algum lugar?-,pergunto.
-Na verdade não,só estava esticando as pernas mesmo.-,ao dizer mexe no cabelo.
-Um ato muito desconcertante para quem vê.-,penso.
-Somos duas. Por acaso,aceitaria ir comer no refeitório comigo?-,pergunto sorrindo.
-Claro. Se você não tivesse namorada,eu iria achar que está me convidando para um encontro.-,ela faz uma cara de irônica,porém séria ao mesmo tempo.
-Engraçadinha. Eu só não quero comer sozinha.-, explico sem graça.
-Estava brincando,não quis te deixar sem graça.
Cristal sorri e volta a mexer no cabelo.
-Uma combinação nada boa.-.penso e dou um leve sorriso.
-O que foi?-,ela pergunta .
-Nada.Vamos?-,digo e começo a andar e ela me acompanha.
Fomos conversando ate o refeitório. Chegando lá fomos surpreendidas por duas garotas,que pediram para que sentássemos com elas à mesa. Assim fizemos após pegarmos nossas comidas.
-você está revolucionando esse colégio,sabia?-,uma delas diz.
-Ainda estou em fase de adaptação. -sorrio- .Digo,em relação a tudo isso,pois tudo mudou depois de eu e effy nos assumirmos e é novo pra nós.-,digo.
-Mas isso é de extrema importância. Você e Effy ultrapassaram os limites do Diretor e desse sistema homofóbico. Nós admiramos vocês,por que foi justamente o que nos ajudou. Eu e Sabrina estamos namorando há uma semana e estamos muito felizes.-,a garota diz quase chorando de emoção.
-Verdade. Começamos com uma simples amizade, o que acabou consequentemente em um amor. De melhores amigas a namoradas.-,ela sorri e pega na mão da namorada. Me chamo Ellie.-,diz.
-Amo isso..-,Cristal diz e volta a comer.
-Ama o quê?-,pergunto interessada.
-Esse amor que contradiz os padrões "normais" de como um relacionamento deve ser.-,responde e volta a comer.
-É bom saber que você pensa assim.-,sorrio.
-É?-,Cristal para e me olha fundo nos olhos.
-Sim.-,fico igual uma boba.
Percebi sua pupila dilatar, o que me fez prender ainda mais a atenção naqueles lindos olhos. As meninas ficaram nos olhando de forma indiferente e eu tratei de comer, pois estava com bastante fome. Os carinhos do casal me deixaram com saudade de Effy. Que até então não deu sinal de vida. Concentrada em não olhar fixamente no olhar da garota e de repente...
- Meu amor!-,Effy aparece na entrada do refeitório sorrindo e alegre.
Juntamente com ela apareceu o Diretor com uma cara nada feliz,comparando com Effy. O que fez ela olhar sem jeito para o Diretor. Ela ficou vermelha como uma pimenta. As meninas que se encontravam grudadas deram um leve empurrão uma na outra e tentaram disfarçar. Cristal me olhou séria. Uma neblina tensa cai sobre aquele lugar.
-Sophia queira me acompanhar até minha sala.-,ele diz e dá meia volta.
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Porque eu sei.. Que é Amor.
De TodoHistória lésbica. Sophia uma garota de 15 anos que não vê a sua sexualidade como um bicho de 7 cabeças.Ela em meio a bagunça interna,descobre de forma repentina o que é amar. E que a sua bela,porém conturbada vida amorava não está nos padrões da soc...