A esperança se foi

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Ao abrir os olhos,tento identificar o lugar onde estou. Como eu ainda estava um pouco lenta,não consegui fixar o olhar diretamente nas coisas. Tentei levantar da cama,mas fui impedida por uma senhora que se encontrava de pé ao meu lado,estava olhando alguma coisa,no que parecia ser soro.

- A senhora não pode levantar. Ainda deve estar muito fraca.-,ela diz me empurrando para que eu deitasse.

-Eu preciso saber como ela está,moça. Eu preciso saber!-,digo ainda tentando levantar.

-vou chamar o médico.-,a senhora sai rapidamente.

Retiro a agulha que me impredira e rapidamente levanto,vou em direção à porta e saio. Procuro não chamar atenção,mas como mal contigo me mater de pé,tropeço em tudo o que está à minha frente. A única coisa que eu quero é encontrar o quarto de Sophia.
-Minha Sophia.-,penso.
Para não correr o risco de ser pega pela senhora ou seja lá quem for,preferi ir de escada até o andar onde sophia estava. Pedi informação a uma senhora simpática e ela me disse que eu estava 4 andares abaixo do dela. Ela tentou intervir no meu plano de ir pela escada e propõe uma idéia : Ela me levaria até lá. E minhas condições não me permitiram recusar.

-Já que vou te ajudar,mereço ao menos saber o motivo que te faz querer tanto ir nesse andar.-,ela diz ao pegar um chapéu de um senhor que estava dormindo no sofá próximo de nós.

-Eu preciso..-,resmungo quando ela põe o chapéu em minha cabeça.

-É pra melhorar o disfarce. E intervir em quê ? Pode confiar em mim mocinha.-. Ela diz e aperta o botão do elevador.

- A minha namorada sofreu um acidente,ela caiu e machucou a cabeça. E a culpa foi minha... E o médico disse que iria desligar os aparelhos dela,assim que os responsáveis assinassem uma declaração. Eu não posso perder ela. Ela é tudo pra mim. Ela é a minha única família...-respiro fundo.

-Chegamos! Eu passei o mesmo que você.. Um grande amor meu morreu em um acidente trágico de carro. Tínhamos mais ou menos a sua idade na época. Ela nao resistiu e faleceu alguns dias depois. Olha garota,vaí dar tudo certo.-ela diz sorrindo.

-Eu sinto muito pela sua perda. Como você pode ter certeza?-,pergunto confusa.

-A esperança é a última que morre,não é ?-;;ela diz.- Desculpe,não me apresentei.. Eu me chamo julie,sou a diretora desse hospital. E você?-,ela continua.

-Me chamo Cristal. Estudo em um colégio próximo do seu hospital. Porque a diretora desse hospital ajudaria uma paciente fugitiva?-,pergunto.

-Voce não é fugitiva. Não mais. E eu costumo ajudar os meus pacientes  e me importo com a vida deles.-,ela responde.

-Como nã se importa,não se importaria de manter os aparelhos dela ligados,não é?-,digo.

-O quarto dela é por aqui..-,ela diz .

-Você não me respondeu...-,digo.

Ela fica em silêncio e apressa os passos. Como meu corpo não estava totalmente bem,fiquei um pouco atrás.

Obs: Julie era linda. Morena,lá com seus 1,75 de altura,um belo corpo,um olhar penetrante,um sorriso simpático e mesmo com seus 40 anos,ganharia de muita menina da minha idade. Se duvidar até de mim.

-Chegamos.-,ela diz e para em frente a porta.

Abro a porta e o quarto estava vazio. Desesperada eu procurei algo nem sabia ao certo o que era. Apenas procurei. Olho pra Julie e sem entender nada fico sem reação.

-Aconteceu..-ela diz dando um suspiro profundo.

-Não!! Não !! A esperança já não existe Doutora. Nada mais existe.. Não vou conseguir ficar sem... Doutora...-,caio em prantos

-Calma Cristal. Desculpe,mas eu nao pude impedir que os mais dela assinassem,porque isso vai além da minha aurotiadade. Eu sento muito.-,Julie chega mais perto e me abraça.

O quarto cheira a flores,pois ainda restara alguns buquês espalhados pelo quarto. Eu admiraria,se não tivesse muita coisa na mente. Andei em direção a cama e peguei uma pasta que estava lá. Era um fichario com o nome e alguns dados.

-Espera um pouco.. Doutora há algo errado.-,digo..

-O que está errado?-,ela pega o fichario e analisa.

-O nome da Sophia está errado. Não é Sherbatisk. Por favor,corrija.-,ela sorri quando eu informo sobre o erro.

-Vem comigo.-ela diz e sai.

-Como? Eu só enontro gente doida.-,digo.

Viu atrás dela. Julie já estava a me esperar no elevador. Tentei correr pra chegar mais rapido e tropecei,não deu outra,cai. Ela logo correu pra me ajudar e disse algumas coisas e me levantou. Me ajudou a andar até o elevador.

-Para onde estamos indo?-,pergunto curiosa e confusa.

-É uma surpresa. E para de perguntar.-,ela diz .

Ela aperta um botão que fica no centro de alguns outros e se encosta. Parecia despreocupada com relação a minha profunda tristeza. Meus joelhos estavam doloridos. Se passou alguns segundos e a porta se abriu. Ela saiu rapidamente e o lugar era diferente. Um ambiente digamos 'mais luxuoso',haviam poucas pessoas no corredor.

-Me segue . -,ela diz e continua a andar.

Sem dizer nada apenas sigo. No fundo do corredor havia uma garota de frente para uma janela enorme,que dava de frente para uma imensidão. Meu coração disparou,paralisei.

-Amor?-,grito ainda de longe

Porque eu sei.. Que é Amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora