Chateada?! Com nojo!

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Nº de palavras: 6580

Sim, este capítulo não está apenas enorme - está gigante.

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  - Richard... – Digo, ainda tentando recuperar o meu fôlego, sentindo uma pontada de nervosismo nas entranhas ao pensar naquilo que acabou de acontecer.

Os meus lábios parecem estar a arder; um formigueiro a recusar-se a abandoná-los. A minha mente arde de uma forma diferente – um superaquecimento provocado pelo frenesim de pensamentos que se emaranham uns nos outros e ameaçam dar-me uma dor de cabeça.

- Eu sei. – Declara, passando a mão docilmente pela minha cara. A mão dele para na minha bochecha esquerda onde fica com o polegar a acariciá-la lentamente, num gesto que eu descarto como inconsciente e, por isso, sem qualquer significado.

- Mas...

- Eu apressei-me. Eu sei. – Interrompe-me de novo, fechando os olhos e inspirando profundamente. Só quando ele os volta a abrir, dando-me um pequeno sorriso que me dá voltas ao estômago, é que me atrevo a voltar a falar.

- Richard, eu não... – Engulo em seco à procura, em vão, das palavras certas. – Eu não sei o que dizer. Eu não sei o que isto é. Eu não percebo isto. – Confesso, gesticulando entre nós os dois. – Eu não... Eu simplesmente não sei. – Suspiro, sentindo-me derrotada.

- Eu sei. – Conforta, afastando-se de mim, mas sem tirar a mão da minha bochecha; o seu polegar sem parar os movimentos lentos e suaves. – Eu entendo que tu estejas confusa; eu percebo tudo isso. – Afirma sem hesitação. – Descansa, Stingy, – sorri aquele sorriso de lado que eu já conheço tão bem – da próxima vez que eu te decidir beijar já vais estar completamente apaixonada por mim e já não vão haver dúvidas nessa linda cabecinha tua.

Mordo o lábio numa tentativa inútil de parar um sorriso de subir aos meus lábios, mas rapidamente desisto quando enfrento o olhar dele.

- Gostava de ver isso. – Sorrio.

- Ali estão eles! – Exclama uma voz, que eu reconheço rapidamente como sendo a do Steven, atrás de mim.

Viro-me na minha cadeira, dando um gole ávido da bebida na minha mão, e encontro os quatro idiotas a virem ter connosco a correr com olhares preocupados e stressados na cara. Sinto um sentimento quente percorrer-me o peito ao ver a preocupação deles por mim depois do acidente no refeitório. É algo inédito para mim: alguém que se preocupe.

- Onde é que vocês andaram?! – Exige o Ryan quando eles finalmente chegam ao pé de nós. Os rapazes fazem um semicírculo à volta da mesa onde eu e o Richard estamos sentados a almoçar (já que não tivemos a oportunidade de o fazer antes), mas o Bryan rapidamente puxa uma cadeira entre mim e o idiota e lhe rouba uma batata frita. – Estivemos feitos malucos a correr por todos os cantos da universidade à vossa procura! – Diz, seguindo o exemplo do irmão e sentando-se também com o Steven e o Breaker. Como que combinado, todos eles esticam o braço e roubam uma batata frita ao Richard que já empurrou o tabuleiro dele para o meio da mesa.

- O Richard levou-me...

- Não! – Interrompe o Richard antes de eu conseguir acabar a minha frase. – Não lhes digas.

- Porque não? – Pergunto, confusa, dando mais uma trinca à minha sandes. O bando olha entre nós os dois, sem parar de comer as batatas fritas em cima da mesa. Vendo que as minhas já tinham acabado, estico-me para tirar umas também.

- Simplesmente não o faças, por favor. – Pede, passando a mão pelo cabelo com um suspiro.

- Porque é que eu não lhes posso dizer para onde é que tu me levaste, Richard? – Repito, desconfiada.

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