Ele saiu do apartamento e eu fiquei lá. Sozinha. Sem ele.
Desabo ali mesmo no chão e choro irremediavelmente.
Os dias vão passando e eu continuo a minha vida normalmente, quer dizer o que é que é suposto eu fazer?! Ele está do outro lado do mundo! Eu amo-o, mas ambos concordámos que ambos somos livres de estar com outras pessoas. Nós acabámos! Foram os três anos mais incríveis da minha vida, mas acabaram! Tenho de seguir em frente.
Deus! Como eu queria ter a minha mãe aqui, comigo, para me ajudar.
A Becas é que não está a reagir nada bem. Não me respeita, grita comigo por tudo e por nada e até anda a envolver-se em lutas com os outros miúdos da escola. Ainda bem que ela tem o Mike ou eu não sei mesmo o que é que seria dela. E de mim. A minha irmã é a única pessoa que eu tenho no mundo.
- Becas, põe a mesa, se faz favor.
- Põe tu!
- Becas! Estás na minha casa e enquanto eu for responsável por ti, vais fazer aquilo que eu te digo para fazeres!
- Estou mesmo mal, então...
- Desculpa?!
- Estou a ser criada por uma mulher que até faz com que os homens fujam dela!
- Becas, o Richard foi-se embora porque lhe ofereceram um trabalho que ele não podia recusar.
- Não, não foi! Ele foi-se embora porque tu és uma mulher insuportável! A culpa é toda tua de ele se ter ido embora!!! - Grita e vai-se fechar no meu quarto.
Sento-me numa das cadeiras e desabo.
E se ela tem razão?
5 anos depois
- Alice, manda o próximo entrar se faz favor. - Peço à minha secretária.
O doente entra e eu faço a inspeção de rotina, não desobrindo nada anormal.
- Ok, está tudo bem. Pode ir. - Anuncio ao homem de vinte e poucos anos.
- Preferia ir com um número a mais.
- Desculpe?
- Você é uma mulher encantadora, estava a pensar se não quereria ir tomar um café comigo um dia destes. - Propõe.
- Obrigada pela oferta, mas eu faço questão de não me relacionar com os meus pacientes fora do meu trabalho. - Recuso, abrindo-lhe a porta e fazendo sinal ao homem para sair.
Ele assente e sai do consultório.
Volto a sentar-me na minha cadeira, aproveitando para tirar uma pequena pausa e agarro na moldura com a foto de mim, dos meus pais e da Becas. Foi uma das que tiramos no Natal com a família do Richard.
Richard... Como será que ele anda...? Não! Pára, Yasmin! Já passaram cinco anos! Esquece-o d euma vez!
Levo a mão ao pescoço por instinto e brinco com o pequeno anjo e a aliança.
Mesmo depois de todos estes anos, nunca consegui deitar a aliança fora. Mesmo depois de todo este tempo, nunca consegui passar um único dia sem pensar nele.
Já tive outras relações, mas nenhuma se comparava àquilo que tive com o Richard. O que é uma estupidez, porque nós não falamos à cinco anos e ele já deve ter uma rapariga com ele que, decerto, é a tal.
A Becas acalmou com o passar do tempo e deixou de me culpar. A minha maninha tem dezasseis anos agora. Está tão crescida...
- Alice, o próximo se faz favor. - Volto a pedir.
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Lucky Charm
Teen FictionYasmin é uma simples rapariga portuguesa que vai estudar medicina para Nova Iorque. A única coisa que ela quer é uma vida sossegada - o oposto da vida que tinha em Portugal. Mas rapidamente os planos dela vão por água abaixo quando um certo idiota l...