Resolvendo

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- Vai para o quarto e deita-te na cama. - Ordena-me.
- Eu estou bem, posso ir para sofá. - Sento-me onde disse que o iria fazer.
Ele vai ter comigo, suspira, pega-me ao colo e leva-me para a cama.
- Não custou assim tanto, pois não? - Pergunta.
- Eu já disse que... - Sinto uma dor mais forte e agarro-me à barriga.
- Que estás bem? Se isso é estar bem, não quero ver quando estiveres mal! - Ele suspira e senta-se na cama. - Tu aturaste-me durante uma semana inteira! Fizeste-me o comer, escolheste-me a roupa e até me ajudas-te a vestir! Agora, magoaste-te a tentar proteger-me... Não podes pôr a tua teimosia de parte e deixar-me cuidar de ti? - Pede com aquele olhar suplicante.
- Está bem! - Ele sorri.
- Do que é que precisas? Eu tenho umas pomadas para músculos doridos.
- O que eu preciso é de um comprimido, os meus já acabaram.
- Comprimido?
- Sim, um analgésico qualquer.
- Mas não tens os músculos doridos?
- Isso é o que me dói menos agora!
- Ok... - Ele sai do quarto e volta pouco depois com os comprimidos, um copo de àgua e as pomadas.
Tomo o comprimido e deito-me, esperando que ele faça efeito.
Sinto a minha camisola subir e olho para o Ricardo.
- O que é que estás a fazer?
- Estou a pôr a pomada. - Diz enquanto põe um bocado na minha barriga e a começa a esfregar.
- Sabes que eu posso fazer isso, não sabes?
- Sei, mas eu quero fazê-lo.
Não lhe digo mais nada, sei que ele vai fazê-lo de uma maneira ou de outra.
Quando dou por mim estou a acordar. Levanto-me e vou para a sala.
- Quanto tempo é que eu dormi?
- Só umas horas, não foi muito. Ó meu Deus! - Diz quando olha para mim.
Levanta-se e vem ter comigo, pondo a mão na minha face esquerda. Eu encolho-me perante a dor e ele tira rapidamente a mão.
- Isto é que é estar bem?! Como é que pudeste esconder-me isso?! - Grita.
Percebo que ele está a falar do meu olho negro. Pego na minha mala e corro para a casa de banho sem lhe responder.
Tiro a base da mala e começo a espalhá-la pela cara. Ele chega enquanto eu ainda estou a tentar tapar o olho negro.
- Para. - Ordena, mas eu continuo. - Para! - Grita agarrando-me as mãos. - Não o escondas!
Quando percebe que eu não vou resistir mais, leva-me para a sala e senta-me no sofá. Depois vai à cozinha e volta com um pano molhado. Com cuidado, passa o pano pela minha cara, tirando a base.
- Porquê? - Pergunta.
- Não te queria preocupar...
- E achas-te que esconder-me isto era a melhor maneira?
- Sim.
- Pois, mas não foi. Passei o dia todo a imaginar as várias formas como ele te podia ter magoado ontem! Estive mais preocupado antes de saber do que agora...
- Desculpa...
- Promete-me que não o voltas a fazer e eu perdoo-te.
- Eu prometo.
- Credo! Nós somos uma confusão! Conhecemo-nos à dois meses e já temos mais dramas do que eu tive na minha vida toda! Será que nós não conseguimos ter paz?!
- Pode ser que as coisas agora acalmem.
- Com o Liam agora em cena? Pois é! De onde é que o conheces?!
- Da noite em que fui sair com as raparigas, ele estava lá.
- E como é que vocês se conheceram?
- Ele veio dançar.
- Contigo?
- Sim.
- E depois?
- Ele queria ir para um sítio mais calmo. Eu não quis. Ele insistiu. As raparigas tiveram de entrevir.
- Consideras-te a proposta dele?
- Considerei. - Ele levanta-se do sofá zangado.
- Porquê?!
- Tinha acabado de discutir contigo, estava magoada, zangada, queria esquecer tudo e pensei que se fosse com ele o podia fazer.
- Mas não foste. Porquê?
- Porque pensei que não o podia fazer a mim mesma, pensei que, apesar de tudo, ainda tinha um namorado.
- E depois voltas-te para casa. Eu não te consigo perceber. Dizes que querias esquecer, mas depois foste ter com quem te tinha magoado.
- Na verdade, eu disse que se passase das três da manhã não ia. Tiveste sorte.
- Mesmo assim...
- Podemos acabar com esta conversa? Já é tudo parte do passado e já resolvemos tudo! O que é que interessa agora?
- Tens razão, é passado. - Ele pega-me na cintura, preparo-me para a dor, e puxa-me pars si. Quase não sinto dores nenhumas.
- Como é que já quase não me dói a barriga?
- As minhas massagens milagrosas e a pomada tendem a ter esse efeito.
- Onde é que tu estavas quando eu chegava a casa depois dos treinos com a claque?!
- Aqui.
Um telemóvel toca e eu levanto-me para o ir buscar. É o do Ricardo que está a tocar. Levo-lho e ele atende.
- Estou? Olá, Gabe! A sério?! Claro! É... Ok, eu falo com ela. Ok. Até sábado! - E desliga a chamada. - Hey, Stingy, tens alguma coisa marcada para o próximo sábado?
- Não, porquê?
- O meu irmão Gabe está cá esta semana e está a combinar um almoço de família.
- E onde é que eu entro?
- Já se espalhou pela minha família que eu tenho uma namorada e toda a gente te quer conhecer.
- O quê?!
- Calma! Eles estão só curiosos.
- Ah, então isso é de família.
- Pode se dizer isso... A minha mãe é cientista, o meu irmão é jornalista, a minha irmã arqueóloga...
- Uau... E o teu pai?
- Era cozinheiro.
- Era?
- Morreu quando eu tinha cinco anos. - Responde.
- Ah! Os meus pêsamos.
- Obrigado. Mas já foi à tanto tempo que já não me importo muito.
- Ok. Nome e idade dos membros todos da família. - Ordeno, tentando mudar de assunto.
- Então tens o meu irmão Gabe, ele tem 28, a minha irmã Nicole tem 25, a minha mãe já conheces-te. Mais... Tens a minha tia Jade, irmã gémea da minha mãe, e o marido dela o Albert. As filhas deles: a Martha com 19, e a Annie com 17. Depois tens do lado do meu pai os meus primos: Jace que é da nossa idade, o Harry que tem 16 e o Mike com 13. Os pais deles preferem viajar pelo mundo do que tomar conta dos filhos e por isso eles foram criados comigo e com os meus irmãos. E, por último, temos o meu avô Noah, da parte do pai, e os meu avós da parte da mãe, a minha avó Theresa e o meu avô Eric.
- Apanhei a tua irmã e o teu irmão.
- Vais conhecendo os outros depois.
- A que horas é que tenho de estar despachada?
- Por volta das onze e meia eu vou-te buscar e veste aquele vestido azul!
- Porquê?
- Porque eu gosto de te ver nele!
- Ai sim? - Digo aproximando-me dele.
- Sim. - Responde também se aproximando.
- E é com aquele vestido que mais gostas de me ver?
- Por enquanto sim, mas aposto que ficas muito melhor sem nada vestido!
- Então queres que eu esteja sem nada quando for para o almoço?
- Quando eu chegar a tua casa não me importava nada de te encontrar nua, mas para o almoço é definitivamente o vestido azul.
- Vou pensar no teu caso! - Digo enquanto me deito para trás no sofá.
- A minha Stingy é tão má... - Diz enquanto se deita por cima de mim.
- O meu Ricardo é tão idiota...

Olá, meus queridos leitores!!!

Não sei se repararam, mas Lucky Charm tem uma capa nova, o que acharam?? Gostam???
Eu só queria agradecer à SandraCarreiros por me estar a ajudar a melhorar esta história e por me ter dado a opinião nas milhentas capas que fiz! Muito obrigada pela paciência!!
Depois, também queria agradecer à monokuma00, à raquel_nobre7 e à TheSmallBuuh por me terem também ajudado com a capa.

Kisses!

Lucky CharmOnde histórias criam vida. Descubra agora