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Nº de palavras: 1622
Nº de páginas (em Word): 9

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 - Yasmin... – Diz, como que a provar o meu nome. – Gosto do teu nome. – Declara, com um brilho que eu não consigo, e nem sei se quero, decifrar.

Oh, Deus... Ele é demasiado giro Olhos avelã penetrantes, cabelo castanho claro, quase loiro e...

No que raio é que eu estou a pensar?! Eu não me vou babar por um idiota que me acabou de estragar a camisa!

- És o único, então. Agora...

- Já sei, já sei! A camisa. – Interrompe, revirando os olhos.

- Exatamente! – Sorrio, aliviada por estarmos a chegar a algum lugar.

- Gostas mesmo da camisa, não gostas?

- Podemos dizer que sim.

- Porquê? Quem ta deu?

- Nunca ouviste dizer que a curiosidade matou o gato?! – Replico na minha língua nativa.

Yasmin, vou dizer lentamente para ver se percebes: ELE NÃO FALA PORTUGUÊS.

- O que é que isso quer dizer? – Pergunta com aquele brilho de curiosidade no olhar que já se estava a tornar familiar para mim.

- Que és demasiado curioso!

- E com quem é aprendes-te a falar português tão bem?

- Sei lá! – Digo, atirando as mãos ao ar, frustrada com esta conversa – Com toda a gente?

- Toda a gente?

- Sim! – Respondo, já a ficar irritada.

Está frio e eu estou de top e sem casaco, porque um certo idiota convencido me tirou a camisa e me arrastou para aqui sem me dar tempo para agarrar no meu casaco!

- Não estás a fazer sentido!

- Eu não preciso de fazer sentido! Eu quero é ir-me embora e rezar pelo caminho que o meu casaco ainda esteja no seu sítio à minha espera!

O olhar dele percorre os meus braços nus, percebendo pela primeira vez que eu estou de top.

- Ah! Toma! – Exclama, tirando o casaco e entregando-mo.

- Eu prefiro o meu.

- Está frio! Deixa de ser teimosa e veste-o. Se encontrares o teu quando voltares dás-mo de volta.

- Não, porque eu vou voltar agora e encontrar o meu casaco.

- Achas mesmo que o teu casaco ainda lá está? – Pergunta divertido.

- Tem de estar!

- Estás em Nova Iorque!

- Vocês são assim tão maus?! Uma pessoa morre de frio! – Reclamo. O que parece ser a única coisa que consigo fazer ao pé dele, honestamente.

- Mais uma razão para aceitares o meu casaco.

- Eu não quero nada teu, sem ser a minha camisa!

- Lá está ela com a camisa... – Murmura para si mesmo. – Fazemos assim: vestes o meu casaco, vamos procurar o teu e eu pergunto a toda a gente que conheço, que é basicamente a universidade toda, se o tem. É a melhor opção que tens se não queres congelar.

Olho para o casaco que ele segura. Parece ser quente... Mas é dele! Eu não quero nada dele! Vá lá, Yasmin... Estás a morrer de frio e ele até está a ser um ser humano decente!

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