Deixa-me cuidar de ti!

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Eu sei que ainda não é Sábado, mas como eu sou incrível (e porque a SusanaRawi e a monokuma00 me pediram) vou dar-vos este capítulo adiantado!

Beijo, meus leitores lindos!!!

Acordo demasiado cedo, no dia a seguir ao jogo. São nove da manhã e eu já estou a pé! Para ser sincera o que me acordou foram as dores. Não consigo mexer-me sem me doer a barriga e dói-me o lado esquerdo todo da cara, onde levei a joelhada.
Vou para o sofá, depois de comer o pequeno almoço, deito-me sobre o meu lado direito.
Umas horas depois o telemóvel toca.
- Estou? - Digo ainda ensonada.
- Abre a porta.
- Ricardo?
- Quem querias que fosse?
- Vai descansar, levaste porrada ontem!
- Tinha as proteções, não senti nada. Agora abre a porta! - Ia abri-la quando me lembrei do olho negro. Ele ia passar-se se me vi-se assim!!
- Espera... Estou nua. - Eu tenho mesmo de melhorar as minhas mentiras!
- Eu não me importo! - Diz e tenta abrir a porta. Ainda bem que eu a tranco de noite.
Inesperadamente, a porta abre-se. Corro para a porta e encosto-me contra ele, tentando fechá-la outra vez.
- Stingy, porque é que não me deixas entrar? O que é que me estás a esconder?!
- Nada! Só não quero que me vejas nua! - Não é totalmente mentira, por isso até que não me sai mal...
- Deixa-me ver a tua cara e eu espero cá fora.
- Não! Pareço um zombie! - Agora isto era totalmente verdade!
- Stingy...
- Por favor, deixa-me arranjar primeiro... - Peço. Ele não me responde, limita-se a fechar a porta.
Corro para a casa de banho e despejo base para a cara, tapando o olho negro. Visto uma roupa que não me mostre a barriga de maneira nenhuma e abro-lhe a porta.
- Vês? Estou maravilhosa agora! - Digo quando ele já está dentro do apartamento.
- Podia jurar que ias ficar pior depois daquilo de ontem. - Diz desconfiado.
- Por favor, mal senti alguma coisa! - Minto, mal, muito mal!
- Diz-me a verdade! - Exige.
- Eu estou bem!
- Espero que sim... - Diz com um suspiro.
- Vieste cá só ver como é que eu estava?
- Não! Nós vamos sair!
- Para onde?
- Vês quando lá chegares!
Pego na minha mala, meto lá a base, para o caso de precisar, o telemóvel e a carteira e saio com o Ricardo, para um sítio qualquer que ele não me diz.
Ele conduz durante meia hora até chegarmos.
- Já me podes dizer onde estamos?!
- Vê por ti própria!
Andamos mais um bocado e começo a ouvir música, que fica cada vez mais alta à medida que nos aproximamos. Quando chegamos vejo uma feira.
- Uma feira?
- De música. Tens um pouco de todos os tipos de músicas do mundo inteiro. Pensei que ias gostar... Gostaste? - Pergunta expectante.
- Se gostei?! Eu amo!!
Entramos na feira de mãos dadas. Há mesmo de tudo! De reggae, a ópera, pop, rock... É só escolher!
- Vamos àquela! - Digo apontando para uma banca de fado.
- Não conheço...
- É fado, é de portugal.
- Tipo aquilo que cantas-te no carro da última vez.
- Exatamente!
Aproximamo-nos da banca e está a dar Amália Rodrigues - Cheira a Lisboa. Começo a cantar, relembrando os meus dias em Portugal. A minha vida era má, mas só durante a escola.

" Um craveiro numa água furtada
Cheira bem, cheira a Lisboa.
Uma rosa a florir na tapada
Cheira bem, cheira a Lisboa."

A fragata que se ergue na proa,
A varina que teima em passar,
Cheira bem porque são de Lisboa,
Lisboa tem cheiro de flores e de mar."

- O que é isto? - Pergunta o Ricardo quando me vê tão contente.
- Amália Rodrigues, das cantoras de fado mais conhecidas.
- É incrível!
- Eu sei!
O fado acaba e outro começa. Desta vez é Mariza - Ó gente da minha terra. Como sempre perco-me por completo neste fado e deixo de ter noção de onde estou e do que faço.
- Como? - É a primeira coisa que oiço quando saio do meu transe.
Olho ao meu redor e tenho uma multidão ao meu redor a bater palmas.
- O que é que aconteceu? - Pergunto ao Ricardo que me olha pasmado.
- Isso quero eu saber!
- O que é que eu fiz?
- Cantaste!
- Ah! Então porque é que estás a olhar para mim assim? Já estás habituado a ouvir-me cantar.
- Isto foi completamente diferente! Estavas...
- Aqui, menina! - Diz o senhor da banca e mostra-me um vídeo meu a cantar.
Não consigo acreditar naquilo que oiço! Sou mesmo eu?! Eu não sabia que conseguia cantar fado! Muito menos Mariza!!
- Já percebeste?! - Diz o Ricardo.
- Porque é que estás assim, sim. Como aquilo aconteceu, não! Mas é que não tenho mesmo a mínima ideia de como aquilo aconteceu!
- Aconteceu o mesmo da última vez!
- Parece que sei cantar fado...
- Achas?! - Pergunta ironicamente.
Vamos de banca em banca, conhecendo os vários tipos de música. Não sei bem como é que vou aguentar as dores até ao final do dia... De repente, sinto uma dor mais forte e diferente das outras. Imediatamente, sei do que sei trata.
- Estás bem? - Pergunta-me preocupado quando me vê pôr a mão no ventre.
- Óptima. Sabes onde é que é a casa de banho?
- É já ali ao fundo. - Responde e dirije-se para a casa de banho.
Eu tenho uma sorte! Tinha logo de ser hoje.
Vou à casa de banho, tomo um comprimido para as dores e vou ter com o Ricardo.
Vemos basicamente todas as bancas antes de sairmos da feira e ambos acabámos por comprar vários CDs.
- E agora? Para onde vamos? - Pergunto, a caminho do carro, com esperança que ele diga para casa. Estou cheia de dores, não sei se aguento muito mais.
- Estava a pensar em irmos passear para o parque.
- Andar mais? Dõe-me os pés!
- Danças horas e horas seguidas sem te doer nada, mas andar pela feira cansa-te?
- Pois...
- Podes dizer-me o que é que realmente se passa? Estiveste estranha o dia todo!
- Não se passa nada, não te preocupes!
- Eu sei que não estás bem! Levaste um murro na barriga e uma joelhada na cara! Cada vez que tentas sorrir, paras logo! Estás com dores, admite! - Exclama zangado.
- Eu... - Penso em dizer-lhe que cada vez que mexo me dói, que cada vez que sorri-o sinto dores, mas ia preocupá-lo para nada. Além disso, estou habituada a levar porrada e ficar dorida no dia a seguir. - Não é nada com que tenhas de te preocupar. A sério, estou só um pouco dorida, mas quase não sinto nada.
- Mostra-me a tua barriga.
- Para quê? Eu estou bem! - Ele pega-me pela cintura e não consigo conter um gemido de dor.
- Nota-se! - Vira-me para ele e levanta-me a camisola. - Isto é estar bem?! - Diz enquanto olha para a minha barriga negra.
- Já estive pior. - Baixo a camisola.
- Isso não significa que estejas bem agora!
- É só uma nódoa negra!
- Achas que eu nunca tive uma barriga negra?! Eu sei as dores que dá! E aposto que essa cara está igual!
- Eu já disse que estou bem!
- Não, não estás! Nós vamos para casa e tu vais pôr gelo nesse olho e nessa barriga!
- Ric...
- Não! Nós cuidamos um do outro, não é?! Então deixa-me cuidar de ti! - Interrope-me.
Não digo nada, continuo simplesmente a andar para o carro e a lá entrar. Ele entra a seguir a mim e começa a conduzir.
Porque é que eu pensei que ia para casa? Ele tinha de me levar para o apartamento dele!

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