O Meu (nada comum) Aniversário de 14 Anos (parte 1)

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"Amanhã vou ter quatorze anos". Fui dormir com isso na cabeça. Acordei não com o som do despertador, mas com algum estalo repetitivo que estava me incomodando. Levantei sem sentir as minhas pernas. De tão sonolenta, nem raciocinei que ainda estava de madrugada e também que poderia ser algum psicopata assassino atrás de mim, então fui despreocupada e cambaleando até a janela, de onde o som estava vindo. Abri-a e meu cérebro acordou nessa hora, quando vi que era Rafa quem estava jogando pequenas pedras no vidro. Tentei perguntar o que ele estava fazendo, mas minha voz saiu como algo ininteligível e ele riu.

-Feliz aniversário, bela adormecida!- ele disse soltando um beijo na minha direção. Se eu não conhecesse bem o seu tipo físico, diria que não era ele, tanto por que isso foi carinhoso, tanto por que pareceu sincero.

-Hamm...? Obrigada? Você levantou agora só para isso?

-Não, já estava acordado, já tinha planejado vir aqui exatamente às 00:00. Ah, merda, são 00:02. Bem, se você tivesse acordado logo, estaria na hora certa.- vi que ele estava vestido normalmente, e não com um pijama, enquanto ele checava o horário no seu celular.

-Obrigada mesmo- eu disse sinceramente. Ele sorriu, e foi o primeiro sorriso sincero que ele me deu desde sempre.

-Mas sabe? Eu ainda tenho treze anos... Nasci 8:30 de amanhã, digo, hoje.

-Ah, por que você não me disse anteeees??? Me fez levantar!

Eu ri.

-Vai logo para casa, poxa. Seus pais não vão sentir a sua falta lá?

-Que nada, tão dormindo.

-E o que você pretende fazer mais? Já me deu os parabéns.

-Hum, eu pretendia entrar...- arregalei os olhos. Ele riu- tô brincando, idiota. Já vou. Tchau.

Nos despedimos à distância e voltei a dormir, mas antes vi que ele não tinha sido o único a acordar meia noite para me dar os parabéns. Tinham criado um grupo, e mandaram várias mensagens enormes, vídeos com música e fotos bizarras minhas. Vicki, Lola, Cláudia e Bia. O que elas querem, que eu chore a essa hora? De fato, após conectar os fones e ver as homenagens, eu iria chorar, se a música não fosse do 1D. Perdão às directioners, hoje em dia, odeio esses aí. Agradeci à todas elas, de coração, antes de me deitar e pegar no sono.

***

De manhã, mais uma vez, não foi o despertador que me acordou, e sim os meus pais e a minha irmã. Minha mãe entrou com uma bandeja com um bolo de chocolate em cima (EBA!), meu pai com presentes e Luísa, gritando e pulando em cima de mim. Seguindo com o dia, antes mesmo de eu sair de casa, meus familiares me ligavam aos montes para desejar parabéns. Talvez pelo fato de ter que atender tantos telefonemas, eu me atrasei e cheguei em cima da hora na escola. Abracei as minhas amigas, Jack, Caio, todas as outras pessoas da sala e até umas outras de outras salas que eu nem conhecia, provavelmente ouviram falar que era meu aniversário e resolveram me abraçar também. É estranho, mas acredite, na minha escola tem dessas coisas. Ao longo da manhã, recebi os cumprimentos também de todos os professores, e até coordenadores da escola, que aliás, foram na sala avisar que eu estava fazendo aniversário, o que foi horrível por dois motivos:

1- todo mundo ficou sabendo que eu ainda estava fazendo quatorze, e graças à isso, vão me zoar eternamente.

2- todo mundo cantou o velho "parabéns para você", mas junto com ele vem o "com quem será". No início, iam cantar com o Felipe, e eu até meio que fiquei feliz, por mais vergonhoso que fosse, até que alguém levantou a voz e disse que Felipe já estava com Amélia, e então cantaram com o Caio. Com o Caio, gente, sério?

Os 26 Planos da Minha AdolescênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora