As Aventuras de Teddy

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Velejar é algo que deveria ser relaxante e não uma preocupação, as vezes eu acho que não sou normal, eu consigo ser pessimista em tudo. Hoje estou aqui no barco The Grace do meu pai, que está velejando descontraído enquanto eu tô fazendo aquilo de novo: sendo pessimista.

Acho que se o barco naufragar eu saberia sobreviver porque vejo Animal Planet então eu tenho que estar preparado, mas a minha família não vê Animal Planet, e eles poderiam morrer, e eu não quero que minha família morra, senão eu ficaria triste. Hoje me sinto como nas "Aventuras de Pi".

- Vamos nadar! - Minha mãe sugere me tirando de meus devaneios sobrenaturais.

- A água salgada vai acabar com meu cabelo!

Ambos nos viramos para a Phoebe que novamente está achando um jeito de estragar o passeio.

- Phoebe, deixa de drama. - Digo enquanto tiro minha T-shirt preta e branca e olho para o norte que ostenta ondas, o mar não está nada calmo.

- Olhem! - Meu pai diz apontando para o horizonte, podemos ver um lindo pôr do sol, as nuvens são poucas, então deixam a vista ainda mais incrível, os raios solares colorem o mar deixando ele em tons de laranja, por um momento me pego pensando o que a Bruna acharia dessa vista.

Merda.

Pare de pensar nela.

Talvez eu devesse convidá-la para jantar, ou poderia lhe fazer um convite para velejar.

Da onde diabos estou tirando essa ideia louca? Ela é só uma garota bonita e inteligente, nada mais.

- Vamos voltar, vai escurecer. - Novamente meu pai assume o posto de comandante.

E novamente outra cena de tirar o fôlego se forma na minha frente: minha mãe abraça meu pai por trás e ambos contemplam a maravilha do pôr do sol.

Olho para Phoebe que sorri diante a cena.

- Vai ver o Flynn amanhã? - Phoebe pergunta.

- Sim. - Eu não sou louco para ter consultas semanais com um psicólogo, só encontrei uma maneira de contar os meus problemas para alguém que se importa, ou finge se importar. O que Flynn falaria sobre a pequena Bruna?

Todas as minhas consultas são prolongadas por Flynn, isso se chama: extorsão. É uma maneira dele tirar dinheiro do meu pai.

Voltamos para a marina de Seattle com o mar calmo, céus, que bom que não precisei usar meus métodos de sobrevivência hoje.

Não é claustrofobia, só acho estranho ficar cercado, mesmo que seja por água.

Novamente me pego pensando na consulta de amanhã.

Será que eu deveria mencionar meus pesadelos para Flynn?

Ted GreyOnde histórias criam vida. Descubra agora