Cortes Profundos

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Pov: Teddy

Não é muito educado escalar um prédio na intenção de reconciliar um relacionamento. Mas por ela eu faço isso.

Subi três andares escalando o prédio, estava com um violão nas costas pendurado por uma alça e a capa do violão, sentia o vento bater em meu rosto, estava com medo de cair e me machucar feio ou coisa pior, olhava para baixo todo o tempo, a fobia tomava conta do meu corpo. Ao chegar, abri a janela dela que estava com uma fresta aberta e vi ela encostada à porta, abraçada aos joelhos e chorando.

Meu coração se parte em mil pedaços, corro ficar ao lado dela e me ajoelho na sua frente.

- O que você está fazendo aqui? - pergunta entre uma lágrima e outra.

- Só ouça.

Me sento no chão na frente dela, tiro o violão da capa e começo a tocar uma melodia.

- Quanto mais eu penso em lhe deixar
Mais eu sinto que eu não posso
Pois eu me prendi a sua vida
Muito mais do que devia
Quando é noite de regresso você briga
Por qualquer motivo
Confesso que tenho vontade de ir pra bem longe,
Pra nunca mais te ver
Mas eu não consigo, porque eu amo você.
E foi olhando nos seus olhos que eu encontrei a vida
Foi olhando nos seus olhos que esse amor nasceu
Como um coração como o seu pode amar um como o meu?
Foi da sua boca que um dia disse eu te amo
Foi da sua boca que ouvi frases de amor
Foi na sua boca que guardei todos os beijos meus
Como um coração como o seu pode amar um como o meu?
Se aprendi amar foi com você
Como um coração como o seu pode amar um como o meu?
Que tal mais um primeiro beijo?

Termino a canção com os olhos cheios de lágrimas, olho para que parece comovida, ela se aproxima de mim e me beija lentamente, seus lábios estão macios e inchados por causa do choro, abraço ela forte enquanto a beijo, acaricio seus longos cabelos louros, passo a mão pelo seu braço, ela estremece de dor quando paro em seu pulso.

Afasto nossos lábios e olho para seu pulso, está com três cortes fundos. Fecho meus olhos.

- Não brinque com a morte, por favor. - peço. Ela me olha confusa.

- Não vai me dar sermão?

- Não quero que você fique mais brava comigo - olho para baixo como um típico submisso.

- Nós estamos bem? - pergunta ela acariciando meu cabelo.

- Estamos?

- Eu não sei... Podemos esquecer tudo isso?

- Sim.

- Pode cantar aquela canção de novo? - pede ela sorrindo, sorrio também e recomeço o início da canção.

Ted GreyOnde histórias criam vida. Descubra agora