- Johnny. - murmurei para meu assessor do outro lado da linha. Eu estava correndo pelas ruas de Curitiba, sentia o vento soprar no meu rosto.
A ligação caiu e a música Hotline Bling voltou a tocar nos meus fones de ouvido.
Eu já tinha percorrido três quilômetros e isso ainda não era nada...
Eu tinha que gastar essa energia que me corrói.
A música foi interrompida novamente, era outra ligação de Johnny. Atendi sem parar de correr, não posso perder o pique.
- Esse sinal tá um lixo, nem te conto. - reclamou, ri e aumentei o volume dos fones que estavam no mínimo. - Sabe onde eu tava?
- Dando?
- Vai se foder.
Ri alto.
Estava garoando, mas estava abafado, clima estranho viu.
- Eu tava na maçonaria.
- Traduz. - pedi, ele riu.
- É um lugar onde as pessoas querem se sentir mais próximos da morte...
- Eu tô com medo de você Johnny.
- Nossa mano, eu também tava com um cagaço quando entrei lá. Meu carro quebrou na estrada e eu consegui uma carona deles.
- Uma péssima carona, se eu fosse você não mexeria nesses negócios não.
- Obrigado pela preocupação Ted, mas e você? Como está a vida no Brasil?
- Não vejo a hora de voltar para Miami.
- Por quê?
- Aqui é um lixo.
Atravessei a rua e continuei meu rumo sem parar.
- Eu fiz uma coisa péssima.
- Quem você matou? - ele perguntou rindo.
- Meu orgulho. Beijei minha ex.
- Sério? Que vacilo, mas você gosta dela?
- Não, ela é chata pra caralho. Só foi o calor do momento.
- Como foi?
- Rolou sangue.
- Nossa... - Seu tom de voz mudou agora para sério.
- Estávamos discutindo, ela disse que o Niall só não era o pai de sangue da Duda, e então perdi a cabeça.
- Bateu nela?
- Não, foi pior que isso, eu beijei ela.
- Ela beija bem?
- Sim, incomparável às garotas da balada. Foi um beijo ótimo, ela beija muito bem.
- E como rolou sangue?
- Estávamos nos beijando, calmamente mas ferozmente, explorava cada canto da sua boca quando a Duda tocou nela e ela caiu na real.
- Tipo, ela pensou: por que tô beijando esse babaca que me abandonou?
- Exato Johnny. Ela mordeu meu lábio tão forte que começou a sangrar.
- Que mico...
- Mico não chega nem perto, saí de lá com a boca sangrando.
- E ela disse algo?
- Ela disse que não queria mais me ver, que chamaria a polícia se eu procurasse ela, e que se eu quisesse ver a Duda seria na justiça.
- Nossa, que clima... e onde você está agora?
- Tô indo na casa da Bruna. Também tô levando duas camisinhas, vai que né...
Ele riu alto.
- Você é foda.
- Foda foi o que eu senti quando beijei ela, foi como se meus sentimentos do passado viessem a tona, quero sentir isso de novo.
Senti flashes de paparazzis em mim e revirei os olhos.
Ignore-os.- Quer um conselho?
- Claro. Aguenta aí. - parei de correr e entrei numa loja de conveniência. - Uma água por favor. - pedi e dei o dinheiro colorido.
Pela cara que a moça me deu devo ter dado uma gorjeta absolutamente alta.
Não entendo nada do dinheiro do Brasil.
Ela me deu a garrafa de água e me devolveu o dinheiro a não ser uma nota azul com um dois grande estampado na nota.
Guardei o dinheiro e abri a garrafa, bebi enquanto saía da loja.
- Pronto. - murmurei.
- Então, se você quiser voltar com a sua ex, isso não é pecado nenhum. Mas seja para ela o cara para que você desejaria para a sua filha.
- Quem disse que eu quero voltar com ela? Eu só quero pegar ela.
- Que monstro eu criei? - ele perguntou rindo.
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Ted Grey
FanficSer filho de Christian Grey e Anastasia Steele tem lá suas vantagens. ® Plágio é crime.