Show circense.

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No ápice da velhice,
com espinhas na cara.
A raiva que incide
por estar perdido em nada.

O afago grotesco de tua alma,
tua pele branca, odor inocente.
Estou esparramado em tua sala,
eu te espero com água ardente.

Eu desejo-te,
o suficiente para a ti escrever.
Eu oculto-me.
Não sinto prazer em me ver.

Findável, apalpo o fim.
Não estamos nem no começo.
Absorvo-te em mim.
Degolo-me com um terço.

Não há a possibilidade de ser só,
é ilusão adolescente.
As almas nos usurpam sem dó,
é a desgraça em um show circense.

Nada é claro o suficiente,
não quero a claridão.
Nada é belo o suficiente,
mas não quero a perfeição.

- William Philippe 26.09.15

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