Prata enferrujada.

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Não sou nem a sombra do que digo,
tu disseste-me exatamente assim:
tratar-te-ei como um mendigo
pois não consigo te tirar de mim.

Por dentro espancaste-me cuidadosamente.
Senti-me, após, por completo exaurido
e eu não sabia o que fazer exatamente.
O teu adeus fingi não ter ouvido.

Se eu habitava em teu peito
e era o culpado do teu caos,
por que me deixaste sem leito?
Por que me desejaste só o mal?

Era de importante supremacia
o que eu sentia em tua presença.
Havia – em mim – algo como euforia,
algo que não professava minha demência.

Demente, demente de cuidado,
desajuizado de raciocínio sentimental.
Amava a veia latejante em teu braço,
eu desejava seu ser de forma carnal.

Eu fui derrotado por algo invisível,
algo que eu me arrependi de ter criado.
Eu tinha o fim como combustível,
eu era o esqueleto de um velho sádico.

Destroçado por nosso fim,
depois que realmente resolveste fugir.
Eu doei meu coração e meu rim,
resolvi até ao inferno te seguir.

- William Philippe 09.10.15

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