Tão fácil perceber as mudanças entre nós duas. Precisamos nos libertar antes que a tristeza nos mate.
Eu tentei fazer Alison perceber. Um muro se instalou entre nós com a distância que estávamos uma da outra. No começo era maravilhoso.Dava saudade e vontade de estar junto. Agora, esses 1569,9 km nos distanciam a cada novo amanhecer.
''São apenas dezoito horas vindo de carro. De avião logo chega'', ela dizia no início. Eu ria e concordava. 1569,9 km era perto. Olhando no mapa. Mas na real, na real mesmo, não era. Nunca foi.
Alison tinha uma vida lá. Seus amigos, família, cachorro, todos morando perto. E eu aqui. Tinha também a minha vida. Mas não era extraordinária que nem a dela. Enquanto Alison fazia ações de caridade, ajudava cães a terem um lar, eu estava demitindo pessoas.É o que eu faço. É o que eu sei fazer. Não sei ser caridosa, nem cuidadosa. Ela era e é maravilhosa, mas eu não sou. Nunca serei.
Por causa da minha impulsividade e da sensibilidade dela que deixamos de nos falar aos poucos.
Não atingimos ainda o chão. É apenas questão de tempo. Ela tenta me dar sua mão. E eu continuo relutante em aceitar sua ajuda. É uma pena. Mas eu vou encontrar outra coisa para culpar. Enquanto isso os fatos permanecem.
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Dor de Amor (desamor #1) | ✓
Short Story"O fim" não precisa ser algo ruim. O desfecho de uma história pode ser bom, para um ou para o outro. Quem nunca se magoou? Ou se machucou por causa de outra pessoa? Por que não usar isso como algo que te faz evoluir? Nestes contos mostro diferentes...