BRENDON & DAISY & NOAH

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Éramos melhores amigos. Os três mosqueteiros. Onde um ia, os outros dois estavam atrás, como uma sombra. Costumávamos ser a sombra um do outro, nem sempre isso era bom.

Mas estávamos sempre lá, por perto,caso algum de nós precisasse de ajuda.

Crescemos juntos. Ela foi ganhando forma, suas curvas se insinuando diante de nossos olhos e afetando nossos pensamentos de criança ainda. Ela ria e dizia "garotos são tão bobões".

Mas eu nunca a olhei como olhava para ele.

Sua voz foi ficando grave, seus ombros estavam cada vez mais largos, suas mãos tão grandes que pareciam querer se adonar de tudo. Mas ele olhava para ela do jeito que um garoto olha uma garota.

Eu podia sentir a amizade mudando. Podia sentir que em breve eu estaria sozinho. Ou pior, estaria ali, mas vendo os dois juntos.

Em uma festa, quanto tínhamos dezessete anos, eu contei a ele. Eu estava bêbado. Não sabia como ele lidaria com aquilo, mas nunca imaginei que fosse fazer o que fez.

Ele me encarou, tentando decifrar se eu estava a) bêbado b) brincando ou c) ele estava entendendo errado.

Demorou uns cinco segundos, ele semicerrou os olhos e começou a rir. Ele não estava bêbado – era o único de nós três que não bebia -, e chamou a Daisy. Ela me encarou e riu junto com ele, mas ela estava bêbada e sabia muito bem sobre aquilo.

Sabia quando eu o encarava sem ele ver. Sabia que ela notava quando eu o chamava primeiro e depois ela. Ela sabia de tudo. Mas naquela noite não importou: ela o beijou. Na minha frente. Logo depois de eu ter confessado o que sentia.

Mas quando o soltou ela me beijou. Ela sempre ficava a pior quando estava bêbada.

Quando parou de me beijar sugeriu que nós dois nos beijássemos. Noah me encarou, - nunca vou esquecer daquele olhar: estava com nojo de mim-, e virou as costas.

Ela deu de ombros e foi para o outro lado.

E eu fiquei lá parado, apenas encarando meus dois amigos se afastarem de mim.

Não foi a última vez que nos vimos. A última vez foi quando ele foi na minha casa e disse que estava apaixonado por ela. Nenhuma surpresa. A última vez que a vi foi naquela festa. Ela me evitou o resto daquele tempo, até desviava de mim quando me via na rua.

Uma história de anos acabou assim, rápido. Sem ninguém se arrepender do fim.



Dor de Amor (desamor #1) | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora