Eu o odiei quando nos conhecemos. Ele queria ser o melhor sempre, mas eu sabia que eu era a melhor. A melhor da turma, ao menos. O que um garoto sabe aos quinze anos? Nada. Mas ele agia como se soubesse de tudo. Éramos colegas e todos diziam que éramos os gêmeos gênios,mas ele também me detestava. Em um trabalho em dupla a professora teve a péssima ideia de nos juntar, e claro que não aconteceu como nos romances adolescentes onde os personagens fazem trabalhos juntos e se apaixonam, foi totalmente o oposto: acho que o odiei ainda mais.Ele recusava todas as minhas ideias e dizia que eu não sabia nada por ser uma garota.
Só tinha uma coisa que ele amava mais do que ele mesmo: estar certo.
Mas claro que nada permaneceria daquele jeito: eu o fiz engolir cada ofensa e ele me pediu desculpas. Eu apenas aceitei, mas não o desculpei. No último dia de encontro da preparação do trabalho ele quis me levar até um parque perto da sua casa e foi lá onde eu o conheci de verdade. Ele me encheu de histórias sobre a sua vida,basicamente o motivo de ele ser tão detestável, mas diferente de qualquer outro dia eu não senti desgosto, apenas compreensão. Eu o compreendi e a partir dali comecei a vê-lo de outro jeito. Os encontros foram além da escola e dos trabalhos, acho que em certo momento começamos a admitir que tínhamos mais coisas em comum do que imaginávamos. Nos encontrávamos para conversar, para assistirmos filme e todos os dias eu o via de um jeito diferente. O Luke agressivo, o Luke sincero, o Luke simpático e o que eu mais odiava: o Luke mentiroso. Ele mentia o que tínhamos. Eu sentia que era mais que amizade, mais que ódio ou compreensão, mas ele fingia não ver quando me dava um beijo delicado na bochecha. Ele fingia não notar quando eu tocava em seu braço. Ele dizia não sentir o mesmo"não é você o problema, sou eu. Somos melhores como amigos".Claro, ele estava certo: éramos melhores como amigos e não como rivais.
Como eu não notava antes? Éramos mesmo os gêmeos gênios, tínhamos coisas em comum: amávamos Luke e garotos.
Eu não imaginava que amá-lo seria pior que odiá-lo.
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Dor de Amor (desamor #1) | ✓
Nouvelles"O fim" não precisa ser algo ruim. O desfecho de uma história pode ser bom, para um ou para o outro. Quem nunca se magoou? Ou se machucou por causa de outra pessoa? Por que não usar isso como algo que te faz evoluir? Nestes contos mostro diferentes...
