BERRY & ALICE

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Ela era mágica. Sua mão. Seu toque. Seu cabelo. Tudo nela exalava mágica e implorava para eu perguntar qual é o truque. O truque, caro imbecil, é que eu fiz você se apaixonar por mim e então desapareci. Puff.

Ela era arte. Seu corte de cabelo. Seus olhos de cores diferentes. Sua pele morena. Tudo nela exalava arte e implorava para eu observá-la e tentar entendê-la. A mensagem atrás deste quadro, caro babaca, éque eu fui tudo para você enquanto você era apenas mais um espectador para mim.

A última coisa que ela disse foi "pare de tentar me colocar em uma porra de pedestal. Sou uma pessoa, não um prêmio", talvez ela estivesse certa: valorizava demais aquela mulher.

Como não poderia? Alice é inteligente, participa de grupos de debates sobre questões que ninguém queria comentar, tem uma voz aveludada,suas mãos são geladas, mas ela sempre as colocava no meu bolso do moletom para esquentá-las. E eu queria dizer: vejam, seus idiotas,essa mulher maravilhosa é minha.

Maseu sabia o que ela diria: você é muito infantil. E eu era. Sou?

Eu tinha orgulho de ela ser minha. E eu cheguei a dizer isso a ela.Grande erro. "Sua?" ela riu daquele jeito de você-não-me-conhece-garoto "não pertencemos nem a nós mesmos,baixinho". Eu odiava quando ela me tratava como uma criança. Maseu era uma criança perto dela. Eu sabia disso.

Alice era profundamente triste. Isso me incomodava. Mas ela nunca falava sobre isso. Isso me aliviava. Não que eu preferisse quando ela me xingava ou me tratava como criança, mas não sei como consolar as pessoas, eu apenas tento falar de outra coisa. Insensível? Talvez.Mas eu não queria falar nada errado.

Talvez não devesse ter ficado tão surpreso quando ela me trocou por um cara que queria ser ator, escrevia poemas, era três centímetros mais alto que ela – ou seja, cinco centímetros a mais que eu - e estava sempre presente em seu grupo para garotas e apoiadores do feminismo. Grande merda. Quer um cara versão você? Fica com ele.

Mas ainda dói. Pra caralho.

Alguns podem pensar que só a queria para provar algo para mim mesmo. Que talvez eu era capaz de entender um truque de mágica ou um quadro abstrato só de olhá-lo uma vez. Cara, eu estava errado. Eu não fui capaz de nada disso e ainda acreditei que poderia ter o prêmio. 


Dor de Amor (desamor #1) | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora