Eu estava ficando cansada de perguntar se seria a última vez. Eu sabia que sim. Custava a acreditar.
Meg era imprevisível. Cada mês seu cabelo era uma cor diferente. Eu preferia o tom natural, quer dizer, os castanhos escuros. Ela não me dava ouvidos. Azul, rosa, vermelho. Nunca sabia o que esperar. Era impaciente. Se estressava à toa. Amava e odiava tudo ao mesmo tempo.Abraçava o mundo todo e depois o abandonava. Exceto eu. Nunca me abraçou. Tinha medo de me magoar.
Por ordem do destino Meg teve de ir embora. Tudo bem pra ela. Odiava aquela cidade imunda. Mas eu não suportei a ideia. Era como se uma parte minha tivesse sido arrancada. Tudo o que havíamos passado seria apenas uma lembrança.
"Meg, quando você vem me ver pra eu poder me despedir?" insisti por dias. Mas a garota já estava com o pé na estrada. Não queria saber. Era o fim. Nada mais a prendia ali.
Ela foi embora sem se despedir. Fiquei inconsolada e não pude dizer o quanto a amava. "É primavera, se anima" insistia Meg pelo telefone. Eu queria dizer que sentia a falta dela, mas não sabia como. Nunca ouvira um silêncio tão alto.
Agora eu estou sozinha em uma sala lotada. Será que isso mata Meg, tanto quanto me mata?
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Dor de Amor (desamor #1) | ✓
Historia Corta"O fim" não precisa ser algo ruim. O desfecho de uma história pode ser bom, para um ou para o outro. Quem nunca se magoou? Ou se machucou por causa de outra pessoa? Por que não usar isso como algo que te faz evoluir? Nestes contos mostro diferentes...