TESSA & TOMAZ

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Cresci ouvindo minha mãe falar mal dos homens. "Nenhum homem presta","eles só querem aquilo que você deve preservar", eu ouvia e acreditava. Ela falava aquilo usando como exemplo o meu pai. E eu tentei seguir o conselho dela, não me apaixonar, apenas me divertir."Por que só eles podem?"

Mas aconteceu o contrário do que eu planejava fazer com a minha vida, eu me apaixonei por um dos piores.

Ele era a personificação do que minha mãe me alertava: bonito,simpático e tinha um sorriso lindo. Eu o considerava apenas um rostinho bonito na cidade, apenas mais um garoto de bem com a vida que tinha motivo para ficar mostrando aquele sorriso lindo. Mas sóf oi conhecê-lo melhor que eu tive certeza que ele era o certo. "Não,minha mãe não estava sempre certa, talvez este não seja ruim".Eu não tinha ciúmes dele, eu era um espírito livre que acreditava que as pessoas não se pertenciam, avisei a ele desde o início e,claro: ele ficou feliz. Por que ele gostaria de se acorrentar? Nem eu queria. Era ótimo, não tínhamos obrigações um com o outro e nos divertíamos.

Parando para pensar não sei bem quando resolvi jogar fora o conselho da minha mãe de não se apaixonar, só sei dizer que quando aconteceu a primeira coisa que pensei foi "ferrou". Eu já estava apaixonada quando ele apareceu no meu apartamento às quatro da madrugada dizendo que estava preocupado comigo. Eu já estava acorrentada a ele quando ele disse que não precisávamos mais ficar tanto tempo separados. E eu já estava o amando quando ele disse que era melhor terminarmos 'o que a gente tem'.

Não posso dizer que tudo foi um desastre, aprendi muito com aquele imbecil, mas parecia que eu estava em uma montanha-russa: indo devagar, acelerando e indo até o topo e depois disso só ladeira abaixo. Ele dizia "você não está comprometida o bastante", e eu queria dizer "mas eu estou, você que chegou aqui com o cheiro de outra garota", mas eu não disse nada. Do que adiantaria, afinal?

E enquanto ele juntava as últimas camisetas dele do meu guarda-roupa eu ficava pensando "minha mãe estava certa". A beleza continuava ali, mesmo enquanto ele franzia a testa recolhendo sua escova de dentes no meu banheiro. A simpatia tinha sumido enquanto ele pegava a camiseta preta dele que eu usava para dormir. O sorriso tinha desaparecido no segundo que ele entrou na minha porta, não lembrando em nada o garoto que eu tinha me apaixonado.

Enquanto eu observava o quarto naquela noite era como se eu sentisse a ausência dele, ele não estava mais ali para ficar me cutucando enquanto eu lia algum livro, ele não estava mais ali para ficar me perguntando o que iríamos jantar. Não poderia mais vê-lo cutucando suas unhas enquanto ele achava que eu não estava olhando. Não iria mais usar aquela camiseta preta para dormir. Não me irritaria quando entrasse no banheiro e visse a tampa do vaso levantada. Não ganharia mais aquele abraço antes de cairmos no sono. Eu ainda sentia o cheiro dele naquela cama, mesmo quando ele já estava em outra.


Dor de Amor (desamor #1) | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora