Eduarda
Acordei com barulho vindo do corredor. Demorei a pegar no sono depois que meus irmãos me ajudaram a subir para o meu quarto. Minha mãe havia preparado um quarto especial no andar de baixo, mas eu queria dormir no meu quarto. Ter algo que lembrasse minha vida.
Meu quarto estava intacto, do mesmo modo que deixei. Meus livros, roupas, quadros que eu pintava quando estava em casa. Tudo havia sido mantido como se eu nunca tivesse saído dele.
Por insistência minha, obriguei todos a irem dormir mais cedo, por que o dia seguinte seria movimentado e corrido, tudo por conta do casamento de Kadu. Depois de alguns telefonemas, minha mãe havia conseguido as rosas vermelhas e brancas que Belinda tanto exigia.
Que garota insistente a minha cunhada. Kadu estava perdido se algum dia fosse contra a alguma decisão sua. Ri internamente quando Belinda bateu o pé sobre a hora da entrada na igreja.
No final, tudo tinha dado certo, e todos estavam exaustos por conta dos últimos detalhes. Kadu havia concordado em uma despedida de solteiro, desde que os amigos envolvidos não contratassem stripers para um show particular.
Essa cena também me arrancou boas risadas, tudo por que Nanda deixou bem claro que se um deles resolvesse fazer isso, ela e Belinda iriam fazer a mesma coisa.
Belinda decidiu fazer uma reunião apenas com suas amigas em sua casa. Ela até insistiu que eu fosse, mas eu ainda estava me recuperando e ficar andando em uma cadeira de rodas não era minha parte favorita.
Optei por ficar em casa e descansar para o dia seguinte. Claro que não deixei de ser convidada para ser uma das madrinhas do casamento, e embora eu tenha amado a ideia, achei melhor recusar, por que teria que me preocupar com a roupa e tudo mais. Isso seria mais um problema para tirar Belinda de órbita.
Espreguicei-me, depois sentei na cama. A cadeira de rodas estava posta bem ao lado, dava para eu mesma me sentar, mas fiquei apreensiva com medo de cair na tentativa. Parecendo que alguém tinha adivinhado que eu estava acordada, abriu a porta e me ofereceu um sorriso. Era Kadu.
— Bom dia, nosso barulho te acordou?
— Sim, mas está tudo bem – sorri – Nervoso?
— Não...
— Esse "não" saiu como um sim...
Kadu entrou no quarto e sentou na minha cama.
— Estou uma pilha.
— Arrependido?
— Não!!!
Kadu fez uma careta engraçada.
— Se alguém me falasse anos atrás que eu me casaria com a garota que me odiou desde o momento em que pôs os olhos, e que eu cairia de quatro por ela... Eu primeiro teria socado a pessoa por isso, depois iria rir.
Kadu soltou um sorriso que me contagiou.
— Belinda foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Depois do seu acidente aconteceram tantas coisas, Nick me culpou por tudo, quebrou o elo que tínhamos e eu fiquei perdido.
— Eu sinto muito Kadu. Tudo isso foi por minha culpa... O lance pelo o que eu estava passando, a vergonha de ver que Nick iria se desapontar comigo... – falei segurando sua mão.
— Está tudo bem. O que aconteceu no passado e já passamos uma borracha. Voltamos a ser uma família de novo, só estávamos esperando o seu retorno para ficar completo.
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Quando encontrei você - Livro 4
Любовные романыQuatro anos. Esse foi o tempo que Eduarda ficou em coma após sofrer um grave acidente de carro. Assustada e sem entender o que está acontecendo, ela precisará contar com a ajuda da família para compreender o que aconteceu nesse período em que esteve...