Beijo com gosto de algodão doce

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Victor

Acompanhei o olhar de Eduarda para os seus pés, e se eu não tivesse visto com meus próprios olhos, diria que ela tinha imaginado. Ela ergueu um pouco, mas depois deixou seus pés afundarem na água novamente.

— Você viu Victor? Meus pés...

Seu sorriso aumentou ainda mais, enquanto ela revezava seu olhar entre seus pés e o meu rosto.

— Eu disse que você iria conseguir...

— Sim, você disse, mas depois de semanas, comecei a perder a esperança.

— Você só precisava se desligar de tudo. Acho que se afastar da pressão daquela casa foi o melhor que fez.

— Obrigada.

— Não precisa...

Eduarda jogou seus braços em volta do meu pescoço e me abraçou. Por alguns segundos fiquei sem ação, até sentir seu corpo se fundir com o meu. Podia ouvir as batidas do seu coração, parecia que iria salta pelo seu peito a qualquer momento.

— Você sempre acreditou mais do que eu em minha recuperação – sussurrou.

— Nunca duvidei.

Eduarda me soltou e voltou a olhar para os seus pés.

— O que foi? – perguntei acompanhando seu olhar.

— Parou... Não sinto...

— Vamos com calma, o processo vai ser aos poucos. Não vamos pensar no negativo, certo?

Eduarda soltou um suspiro de contrariedade e depois me ofereceu um sorriso.

— Tem razão. Nada de ficar triste. Já tive a primeira recompensa...

— Vem, vamos voltar, precisamos contar para todos a grande notícia.

— Sim, vamos.

Fiquei de pé e me preparei para erguer Eduarda, mas não percebi que eu havia pisado no seu vestido. Perdi o equilíbrio e acabamos caindo no rio.

Eduarda foi a primeira a emergir. Subi logo em seguida, indo em sua direção e a segurando para que não mergulhasse novamente.

— Eduarda, você está bem? – perguntei preocupado.

— Estou... Estou bem – disse controlando a respiração.

— Me desculpe, acabei perdendo o equilíbrio quando pisei no seu vestido.

Eduarda tirou o excesso de água do rosto e depois me encarou. Quando pensei que ela fosse gritar comigo, começou a rir. Melhor, começou a gargalhar.

— Qual o motivo do riso? – quis saber começando a rir também.

— Não sei... É só que você está com uma cara de preocupação. Caímos no ri... Acidentes acontecem.

— Fiquei preocupado por que você tem medo de se afogar.

— Pare de se preocupar tanto comigo, posso me acostumar e depois irei sentir falta quando você for embora.

— Quer que eu fique? Achei que você estava louca para se ver livre de mim...

— É você que quer se livrar de mim.

— Nunca falei isso. E eu não tenho o porquê desejar me livrar de alguém como você.

— Então não sou uma mulher tão detestável assim? – perguntou ainda com um sorriso no rosto.

Quando encontrei você - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora