A verdade sobre o acidente

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Victor

Fiquei acordado por horas, vendo Eduarda dormir sem conseguir acreditar que quase a perdi de vez. A mulher mais incrível que eu já conheci estava de volta aos meus braços e agora seria para sempre.

Quando os primeiros raios começaram a entrar no quarto, eu despertei e como se estivesse com medo da noite passada ter sido um sonho, fiquei observando minha amada, o movimento do seu peito subindo e descendo. O seu semblante calmo, indicando que ela estava sonhando com algo bom, e torci mentalmente para que eu fosse o motivo.

Estávamos deitados um de frente para o outro, minhas mãos embaixo de minha cabeça, fazendo o papel de travesseiro. Eduarda estava com metade do corpo coberto, deixando seus ombros descobertos, mostrando sua pele branca e delicada.

Suas sardas quase invisíveis, que só poderiam ser vistas se você estivesse bem próximo. E eu, apenas eu, que estava tendo esse privilégio.

Seus cílios tremeram e aos poucos, seus lindos olhos foram abrindo, me presenteando com o verde mais lindo do que safiras. O verde agora seria para sempre minha cor preferida.

Um sorriso tímido brotou em seus lábios ao me ver. Ficamos por um longo tempo apenas trocando olhares. O momento dispensava qualquer comentário.

— Você é tão linda... Em todos os sentidos... – livrei uma das minhas mãos e toquei seu rosto.

— Sou?

— Sim. E com um coração maior do que o planeta.

— Humm, isso é um elogio e tanto – disse sorrindo.

— O mais sincero que falei em todos os momentos. Sinto-me um idiota por feito você sofrer...

Eduarda silenciou meus lábios com seus dedos.

— Vamos combinar uma coisa?

— O que você quiser.

— Não vamos tocar nesse assunto... Nunca mais. Começaremos do zero novamente e vamos construir uma casa sustentada apenas pelo amor e confiança.

Sorri e não sei se poderia me apaixonar ainda mais por essa mulher que sabia o que falar em todos os momentos.

— Sem falar no passado, só o presente. Acho que preciso te beijar, tocar você até ter certeza que está aqui.

— Não vou a lugar algum, mas fique a vontade para me beijar. É bom começar o dia sentindo você.

*****

— Tem certeza que não quer ficar aqui? Beth deve chegar mais tarde com Davi, e ele vai adorar encontrá-la aqui – falei enquanto tomávamos nosso café.

— Estou morrendo de saudades e imaginando o que ele está pensando de mim depois do meu sumiço...

— Ele ama você e sentiu muito sua falta.

— Posso passar aqui mais tarde. Tenho que ir até o Braz Cunha...

— A faculdade? O que vai fazer lá?

— Vou retornar com meu curso. Sei que já estou um pouco velha para isso...

— Você não está velha. Ainda nem chegou aos trintas – disse arrancando um sorriso dela – e essa notícia me deixou muito feliz.

— Estou muito empolgada, vou continuar com meu sonho e quem sabe um dia, ver meus quadros expostos em uma galeria.

— Isso pode ter certeza que vai acontecer, e eu estarei ao seu lado, segurando sua taça de champanhe enquanto você faz o seu discurso sobre o quanto ama seu trabalho.

Quando encontrei você - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora