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Victor

Tentei falar com Eduarda, mas ela ignorou minhas ligações. Fui insistente e liguei para sua casa, Elisa foi educada comigo, informando que ela não estava em casa, mas eu senti pelo tom de sua voz que era mentira e que ela só estava protegendo sua filha.

Eduarda havia partido sem me dar a oportunidade de explicar como eu estava me sentindo. Ela me acusava de estar indeciso, o que eu julgava não ser verdade. Eu sabia o que queria. Eu a queria, mas a volta de Verônica havia me trazido velhos fantasmas que achei que havia perdido o medo.

Ver a cópia da pessoa que eu amei mais que a mim mesmo, deixou meus sentimentos confusos, não que eu não ame Eduarda. Eu a amo... A amo por tudo que tem feito, se entregando a mim sem reservas, dando-me tudo o que eu preciso para seguir em frente.

Fechei meu notebook pela décima vez e me levantei da cadeira, seguindo para a janela. Uma semana havia passado sem que Eduarda entrasse em contato comigo ou atendesse minhas ligações. Meu humor estava variável e isso tinha atingido meu filho.

Nas últimas noites, eu não havia conseguido colocar Davi para dormir. Ele ficava o tempo todo perguntando por que Eduarda não tinha ido visitá-lo. Eu não sabia como explicar que era por minha causa que ela não apareceria.

Olhei para o relógio e se aproximava meu horário de almoço. Com a tranquilidade do meu plantão, eu poderia me dar ao luxo de comer algo que não fosse um sanduiche. Respirei fundo e voltei para minha mesa. Ouvi uma batida na porta e em seguida uma das recepcionistas entrou.

— Desculpa atrapalhar Victor, mas tem uma senhora querendo falar com você.

— Quem é?

— Ela disse se chamar Elisa...

Antes mesmo de ela terminar a frase, me levantei.

— Mande-a entrar, por favor.

Minutos depois, Elisa entrou na sala.

— Bom dia Victor, espero não estar atrapalhando...

— Elisa, é muito bom vê-la. Na verdade estou surpreso.

— Tenho um assunto para tratar com você...

— Eduarda? Ela está bem? – não pude deixar de perguntar.

— Ela está bem, pelo menos é o que me responde quando pergunto. Não sei o que aconteceu entre vocês, e espero sinceramente que consigam resolver isso. Detesto ver minha filha escondida dentro dela mesma, como fazia antes...

— Elisa, tentei falar com Eduarda, mas ela não me atende. Pensei em ir procurá-la, mas tenho certeza que não me receberia.

— Parece que conhece mesmo minha filha – ele me ofereceu um breve sorriso – mas não foi para falar da minha filha que vim aqui.

— Não?

— Fizemos um acordo, lembra? Quando fui atrás do senhor, prometi que lhe ajudaria a encontrar o culpado pelo acidente de sua esposa, se você ajudasse minha filha.

— Sim, eu lembro. Sente-se, por favor – falei apontada a cadeira na frente da minha mesa.

— Pois bem, meu investigador finalmente me apresentou alguns relatórios...

— Ele descobriu quem foi?

— Não, ainda não. Mas encontrou uma testemunha.

— Onde? Como?

— Acalme-se Victor. Isso vai levar mais algum tempo, mas eu queria que soubesse que eu não havia esquecido. Vou continuar mantendo contato a medida que meu investigador me apresentar mais informações.

Quando encontrei você - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora