Ela transformou-se em meu mundo

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Victor

Consegui despistar alguns jornalistas e seguimos para a praia. Atravessamos o túnel, pegamos a Avenida Niemeyer e seguimos para o Leblon. Como era fim de tarde, apenas poucas pessoas estava no calçadão fazendo caminhada.

Estacionei o carro e ao invés de colocar Eduarda na cadeira, optei por carregá-la em meus braços até a areia. Ela sorria aninhada ao meu corpo, e eu sentia sua respiração no meu pescoço, elevando meus batimentos.

Sentamos na areia, com ela aconchegada entre minhas pernas, sua cabeça apoiada no meu peito e nossos braços unidos sobre seu peito.

Aos poucos o sol foi encerrando mais um dia, sumindo no horizonte, convidando a lua para assumir seu lugar.

— Nem me lembro de há quanto tempo eu fazia isso – falei perdido em meus pensamentos.

— Aposto que não faz mais tempo do que eu.

— Acredito que não. Mas estou feliz por estar aqui e com você – beijei seu pescoço e ela me ofereceu seus lábios.

— Eu esqueço tudo ao meu redor, todas as tristezas e problemas quando estou com você.

— Isso quer dizer que não posso mais ficar longe.

— Acho que sim.

Voltamos a nos beijar.

Aos poucos, uma linda lua cheia nos presenteou com aparição. A partir de hoje, eu jamais veria a lua e a noite como antes. Eles sempre me lembrariam de Eduarda e como ela havia se transformado de uma hora para outra, em meu mundo.

Depois tanto tempo fugindo, eu havia encontrado a metade de mim que estava faltando. Fechei os olhos e deixei meu corpo sentir as mudanças da vida. Eu precisava disso, eu precisava do Eduarda em minha vida.

— Uma estrela por seus pensamentos – minha voz a tirou do transe.

— Preciso ser forte. Por você.

— Eu não quero...

Afastou-se e me olhou.

— O quê? – perguntou confusa.

— Eu não quero que seja forte por mim. Quero que seja forte por você.

— Você está sendo o meu porto. O meu farol.

— É o contrário. É você que vem sendo tudo isso em minha vida. Até você chegar, eu era apenas uma casca de um homem. Você conseguiu quebrar a grande muralha que ergui há dois anos.

— Você fala tudo isso e fico apavorada, com medo de te decepcionar...

— Você não vai.

— Por que tem tanta confiança em mim?

— Por que foi guerreira e acordou depois de quatro anos. Como não acreditar em você?

Ele me beijou e viajamos juntos no nosso momento. Ficamos por mais uma hora, até eu começar a sentir frio.

— Acho que já está na hora de voltar para casa – falei passando minhas mãos em seus ombros, espantando o frio.

— Ainda não quero ir para casa.

— Então não vamos. Vou tirar a noite para realizar seus desejos. O que você quer fazer agora?

— Quero tomar açaí.

— Você quer açaí? Nesse frio que está fazendo? – perguntei rindo.

— É meu desejo... – ela riu.

Quando encontrei você - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora