Surpresa no sítio

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Eduarda

Estava me preparando para dormir quando o telefone tocou. Estiquei meu braço até alcançar o aparelho e depois levei ao ouvido.

— Alô.

— Eduarda, desculpa pela hora, mas precisava falar com você.

— Belinda? – perguntei reconhecendo a voz da minha cunhada.

— Sim, sou eu, te acordei?

— Não, estava me preparando para dormir. Aconteceu alguma coisa? Está tudo bem com você e Kadu?

— Mais que perfeito.

— Então qual o motivo da sua ligação?

— Eu estava aqui pensando, você não quer passar o fim de semana fora do Rio comigo?

Achei estranha a conversa, por que mais cedo, Victor havia me falado algo parecido e agora, Belinda estava me fazendo um convite?

— E o seu trabalho? Achei que estaria sobrecarregada com novo emprego...

— Um fim de semana não vai me matar. E então, o que acha?

— Não sei... Kadu vai também?

— Ele? Coitado... Seu pai deixou muito trabalho incompleto. O pobre do meu marido está quase virando um zumbi – ela riu.

— Você não acha que ele vai ficar chateado por ficar longe todo o fim de semana?

— Kadu ficaria se não fosse com você. Já conversei com ele e está tudo bem. Só depende de você.

Eu não estava a fim de sair de casa e correr o risco de encontrar os jornalistas de tocaia fora da minha casa, mas por outro lado, seria bom ficar longe de casa e da minha mãe, que estava me sufocando querendo falar sobre o meu pai.

— E para onde pretende me levar?

— Pensei irmos para o sítio dos seus pais...

Então caiu a ficha, tinha dedo do Victor no meio.

— Victor ligou e pediu para que me convidasse? – perguntei um pouco chateada.

Até ele estava agindo pelas minhas costas.

— Victor não pediu nada. Ele ligou para falar com Kadu e acabou conversando comigo. Ele só estava querendo ajudar...

— Tenho que lembrar que ele não é meu pai para ficar preocupado...

— Eduarda não fique zangada com ele. Não tem motivos para descontar suas frustrações no pobre coitado. Ele parece se importar de verdade com você.

— A verdade é que ele está louco para que eu volte logo a andar para poder ir embora de vez. Por mim, ele já pode ir.

— Eduarda, eu sei que você está falando da boca para fora. Da maneira como tem falado do Victor, me dá a entender que ele é o seu número.

— O quê?

— Não faça essa voz de espanto. Você sente algo por ele. Percebi isso no momento em que pus os olhos em vocês na piscina.

— Cunhada, você está imaginando coisas... Não existe nada, absolutamente nada acontecendo entre nós dois.

— Mas vai existir, cedo ou mais tarde. O meu faro jornalístico nunca falha. Sinto cheiro de romance a quilômetros.

Quando encontrei você - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora