Conhecendo os amigos de Victor

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Eduarda

Comecei a manhã com mais disposição. Aproveitei que minha mãe tinha saído para mais um encontro com suas amigas e fui para a piscina. Finalmente consegui terminar Orgulho e Preconceito. Uma história realmente linda, onde duas pessoas diferentes conseguiram deixar o orgulho e se renderam ao amor.

Pensei em ligar para Victor, mas achei melhor esperar sua ligação. O hospital era seu ambiente de trabalho e, portanto deveria respeitar, embora muitas vezes a minha vontade fosse maior que a razão. E sem contar que ele sempre encontrava um tempinho para me ligar.

Depois do almoço, fui para meu terminar minha pintura. Era meu presente de aniversario para Victor que aconteceria em duas semanas e eu precisava correr para estar pronto a tempo.

Eu nunca havia feito pintura de pessoas, mas me arrisquei por que eu queria de alguma forma eternizar a imagem dele. Na última vez que ele esteve aqui quase que viu o quadro, ainda bem, que eu tinha acabado de cobrir e estava iniciando outra pintura.

Peguei meu celular que estava em cima da mesa ao lado e comecei a passear pelas minhas redes sociais. Meu facebook ainda continha todos, ou quase todas as pessoas da faculdade. Alguns haviam me enviado mensagens de bem vinda ao mundo dos vivos. Uma delas era Ana, a primeira garota com quem fiz amizade. Fomos melhores amigas por um tempo, até eu conhecer Felipe.

De um jeito estranho, os dois não se davam muito bem e aos poucos, ela foi se afastando, até se tornar uma estranha para mim. Confesso que na época não liguei muito. Eu estava enfeitiçada pelo idiota e não percebi que aos poucos, fui me afastando de todos.

Respondi sua mensagem com uma carinha feliz e perguntei como estava sua vida. Como ela não estava online, só iria ter sua resposta depois.

Continuei lendo as mensagens, algumas muito antigas. Estava na hora de repaginar minha página. Liguei a câmera e tirei uma foto. Postei escrevendo a legenda: estou de volta, viva e mais forte.

Não demorou muito para a foto ser curtida e comentada. Nossa, nem tinha percebido que sentia falta daquele tempo, somente a parte boa.

Aproveitei para olhar minha lista de amigos e fazer uma limpeza. A metade eu não conhecia, então não iria fazer diferença.

Quando coloquei o celular de volta na mesa, ele tocou. Olhei para a tela e vi a foto de Victor. Um sorriso bobo logo se instalou em meu rosto.

— Oi amor, estava começando a achar que hoje não iria ouvir sua voz.

— Me desculpe, tempo corrido.

— Posso imaginar e fico feliz que encontrou um tempinho para me ligar.

— Eu sempre vou encontrar um tempo – Victor sempre tinha a palavra final – além de querer ouvir sua voz, queria te fazer um convite...

— Estou curiosa, que convite?

— Meus amigos do trabalho querem sair hoje para beber um pouco e conversar depois do trabalho, então achei que seria legal você ir, assim conhece todo mundo. O que acha?

— Olha, você sabe que ando com a agenda lotada, voltando a ter uma vida social... Posso ver se consigo encaixar seu convite – ri e ele me acompanhou.

— Vejo que acordou feliz. Isso por que nem dormiu comigo.

— Mas dormi pensando em você.

— Eu queria estar aí com você.

— Podemos resolver esse problema... Depois da saidinha com seus amigos.

— Fico feliz que tenha aceitado. Te ligo mais tarde confirmando o local e horário.

Quando encontrei você - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora