Victor
Fui surpreendido com o humor de Eduarda no dia seguinte quando cheguei para nossas horas de fisioterapia. Ela já me aguardava sentada em uma cadeira ao lado da piscina. Seu livro estava posto em uma mesa ao seu lado, junto com uma bandeja contendo suco, frutas e sanduiches.
Falava com alguém ao telefone, uma pessoa que estava lhe arrancado risadas. Estava usando um maiô rosa, com detalhes nas alças, enquanto seus cabelos estavam presos em um coque alto.
Quando viu minha proximidade, sorriu e me pediu que aguardasse.
— Kadu, pare de tentar persuadir a sua esposa há ficar mais tempo por aí. Sei que estão em lua de mel, mas a vida aqui está corrida e mamãe vai pirar se tiver que ficar de olho na empresa... É claro que sei que me ama também – ela sorriu.
Kadu deve ter falado alguma besteira, por que Eduarda fez cara de desdém.
— Tenho outras coisas muito mais importantes do que ficar me preocupando em encontrar um namorado... Kadu, preciso ir agora, Victor acabou de chegar e acredito que ele não vai ficar me esperando a manhã inteira... Também te amo... E volta logo.
Eduarda desligou e colocou o telefone em cima da mesa.
— Me desculpe, era só meu irmão bancando o protetor.
— Tudo bem. Vejo que está mais disposta hoje.
— Acordei feliz. É bom saber que estou viva.
Como não falei nada, Eduarda continuou a falar.
— Como combinado, estou pronta para a piscina, mas vou logo avisando, se eu me afogar, juro que te levo junto – ela riu.
— Tenho certeza que sim, mas isso não vai acontecer, quem cuidaria do meu filho se eu me afogasse?
— Então vamos cuidar para que nada me aconteça. Já tomou café?
— Tomei apenas uma água de coco depois de correr na praia.
— Correr... Está aí algo que desejo voltar a fazer – disse pensativa.
— Você corria?
— Sim, quer dizer às vezes. Para ser sincera, raramente. Acordar cedo nunca foi o meu forte. E depois que entrei para a faculdade, me faltava tempo. Tome café comigo, por favor. Mamãe exagerou, ela acha que consigo comer isso tudo sozinha.
Assenti e sentei próximo a ela e fizemos um lanche rápido. Depois, pedi licença e fui colocar minha sunga vermelha e voltei para a piscina.
Eduarda estava lendo quando retornei.
— Quanto tempo ainda acha que vai levar para terminar o livro? – perguntei tirando sua atenção.
Eduarda levantou os olhos e fez uma avaliação do meu corpo antes de voltar a atenção para o livro.
— Eu... Humm – pigarreou – estou indo bem devagar. Estou tão fascinada que quero ficar mais algum tempo com os personagens.
— Faz muito tempo que não me encanto com um livro.
— Por quê? Você não gosta?
— Até gosto, mas não tenho tido muito tempo.
— Qual foi o último livro que leu?
— Nossa, faz muito tempo. Quer dizer, tenho lido um pouco, mas é para o Davi...
— Seu filho?
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Quando encontrei você - Livro 4
RomanceQuatro anos. Esse foi o tempo que Eduarda ficou em coma após sofrer um grave acidente de carro. Assustada e sem entender o que está acontecendo, ela precisará contar com a ajuda da família para compreender o que aconteceu nesse período em que esteve...