Victor
Quando acordei, Eduarda não estava mais na cama. Sabia que ela detestava acordar cedo, então imaginei que ela estivesse na cozinha. Apesar de não gostar de cozinhar, Eduarda gostava de tomar café da manhã na cama.
Saltei da cama e fui para o banheiro. Aproveitei para tomar um banho rápido e depois voltei para o quarto. Sequei meus cabelos com a toalha e segui para a cozinha. Algo me chamou a atenção antes mesmo de me aproximar, o barulho de algo quebrando.
— Eduarda, o que aconteceu? – perguntei quando cheguei à sala e a vi parada em frente à porta.
Só então vi quem estava na sua frente. Senti o choque me alcançar e quase paralisei também.
— Victor, desculpa o horário. Achei que já estivesse de pé. Geralmente a essa hora, você já está tomando café.
— O que está fazendo aqui? – pergunto finalmente saindo do meu estado de surpresa e indo em direção a porta.
Eduarda está congelada no lugar, olhando para minha cunhada como se ela fosse um fantasma. Ela não mudou muito desde a última vez que a vi. Seus cabelos ainda tem a mesma cor castanho e com leves ondas. Sua maquiagem, apesar do horário está impecável, até parece que acordou assim.
Está usando calça jeans e uma blusa branca transparente com uma camiseta também branca por dentro.
Há uma sujeira no chão entre as duas, que sujou não só os sapatos da visitante como sujaram os pés de Eduarda que está descalça. Parece café, e tem cacos espalhados por todo lugar.
— Acho que assustei sua... Amiga – ela fala rindo e entrando, antes de ser convidada.
Esqueço-a por um instante e vou em direção à Eduarda que ainda está olhando estranho para a mulher que acaba de invadir meu apartamento.
— Eduarda, você está bem? – perguntou segurando suas mãos que estão tremendo.
Ela demora um segundo até me encarar com seus olhos quase saindo das órbitas.
— Ela é a... – Eduarda mal consegue falar.
Percebo que a cor sumiu do seu rosto.
— Não, eu não sou a Regina. Sou verônica, irmã dela... Gêmea idêntica – ela ri – mas isso você já percebeu. E meu sobrinho, onde está? – pergunta olhando para o corredor.
— Davi ainda está dormindo.
— Ah, claro, esqueço que ele ainda é uma criança.
Verônica não mudou muito nesses anos em que ficamos afastados. Ela ficou um tempo me visitando depois da morte da irmã, mas depois de uma discussão, ela foi embora e depois só conversávamos esporadicamente pelo telefone quando queria saber notícias do sobrinho.
— E você deve ser a... – ela fala agora olhando para Eduarda.
— Eduarda, minha namorada – falo quando Eduarda continua muda.
— Uau! Isso é... Uma surpresa. Na última vez que conversamos você disse que estava a trabalho no Rio... E agora...
— É uma longa história. Deixe-me apresentar vocês duas... Verônica, essa é Eduarda, minha namorada... Eduarda, essa é Verônica, irmã da Regina.
Eduarda conseguiu sair do estado de choque e estendeu a mão para cumprimentar minha cunhada. Quer dizer, ex-cunhada.
Verônica estudou a mão estendida antes de aceitar o cumprimento.
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Quando encontrei você - Livro 4
Lãng mạnQuatro anos. Esse foi o tempo que Eduarda ficou em coma após sofrer um grave acidente de carro. Assustada e sem entender o que está acontecendo, ela precisará contar com a ajuda da família para compreender o que aconteceu nesse período em que esteve...