A última jogada

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Victor

Foi difícil ver minha mãe ser levada algemada para delegacia, mas eu não podia perdoá-la pelo o que tinha feito. Eu sempre soube que ela era fria e calculista, mas nunca imaginei que chegaria a ajudar a tirar uma vida.

Passei para os policiais informações de onde poderiam encontrar Verônica, porque eu não iria permitir que ela tivesse a oportunidade para fugir. Os pais dela ficariam chocados ao descobrirem que ela estava envolvida na morte da própria irmã. Verônica nunca se conformou com o nosso término e sempre que podia, jogava indiretas sobre como Regina tinha puxado seu tapete.

Eu quis ir juntos, mas Arantes me impediu, me convencendo de que eu estava nervoso demais. Fui aconselhado a ir para casa e aguardar até que as duas tivessem presas.

Um policial me acompanhou até meu apartamento para que eu não os seguisse até a casa de Verônica e a confrontasse, assim como confrontei minha mãe. Entrei no meu apartamento e procurei por Davi. O lugar estava silencioso, não vi Beth, então imaginei que ela estivesse com ele em seu quarto, colocando-o para dormir.

Caminhei até o quarto e o encontrei vazio. Segui para o quarto de Beth e também estava vazio. Pelo horário, talvez ela tivesse saído para passear com Davi. Peguei meu telefone e liguei para o hospital, queria avisar sobre o meu sumiço repentino. Depois liguei para Elisa e pedi para fosse até a delegacia e entregasse a pasta que eu havia deixado na minha sala.

Caminhei até meu quarto e fiquei surpreso ao entrar e encontrar Verônica sentada na minha cama. Estava usando calça jeans, blusa social e cabelo preso em um coque, como se tivesse saído correndo de casa.

— O que... O que está fazendo aqui?

— Precisava falar com você.

— Sobre o quê? Sobre como matou minha esposa?

— Há, sobre isso... Soube que a polícia foi atrás de mim na casa dos meus pais. Não posso imaginar a reação deles ao anunciaram que estavam lá para me prender – sua voz era fria.

— Como você foi capaz?

— Eu faço a mesma pergunta há anos... Como você foi capaz?

— Do que está falando?

— Estou falando sobre eu e você, sobre a gente... – disse se levantando e caminhando em minha direção – lembra quando nos encontramos pela primeira vez? Naquela festa idiota, você e seus amigos estavam reunidos na piscina do clube quando acidentalmente, eu caí em cima de você. Tenho que admitir que foi proposital, queria chamar sua atenção. E consegui...

Verônica sorriu irônica.

— Formamos um belo casal até a sonsa de a minha irmã aparecer e virar sua cabeça com aquelas histórias loucas de destino. Tínhamos uma história...

— Nunca tivemos uma história Verônica. Ficamos algumas vezes e nunca chegamos a conversar sobre algo mais sério porque você estava sempre fugindo desse assunto.

— Aí você conhece minha irmã e de repente formam um casal. Irônico, não acha? Ela era garota estudiosa, com pensamentos para o futuro, a filha perfeita... O tipo de garota que você gostava...

— Não formamos um casal, ficamos amigos e só saímos muito tempo depois.

— Nossa, devo ficar feliz porque pensaram em mim antes de começarem a dormir juntos?

— É claro que pensamos em você. Regina adorava você e nunca quis te magoar.

— Nunca quis me magoar? Ela sabia sobre nós dois, sabia como eu me sentia com relação a você e mesmo assim deu em cima. Ela me traiu e te roubou de mim – ela gritou.

Quando encontrei você - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora