Os primeiros passos

10.4K 970 32
                                    



Algumas semanas depois

Eduarda

Nunca me senti tão bem como nas últimas semanas. Acho até que nunca fui tão feliz. Abrir meu coração e deixar Victor entrar, foi como desabrochar para a vida. Ao seu lado, consigo esquecer todos os meus problemas e as brigas constantes com meu pai desde que eu e Victor assumimos nosso relacionamento. Para ele, me envolver com meu médico foi uma grande burrada e que por causa disso, nossa família seria constantemente alvo de fofoca.

Isso havia me deixado bastante chateada, pensei por várias vezes em me afastar de Victor, a fim de protegê-lo, já que a direção do hospital também não tinha aceitado muito bem o nosso envolvimento.

Achei que ele iria se afetar, e até pensei que ele se afastaria de mim, mas foi o contrário, toda a pressão que sofremos só serviu para nos unir ainda mais. Passei há ficar mais tempo com ele e Davi, embora ele ainda não soubesse que estávamos juntos. Não por medo de sua reação, apenas concordamos em esperar mais um pouco, até a imprensa esquecesse um pouco nossas vidas.

Minhas fisioterapias tinham mostrado grandes progressos. Semana passada, depois de voltar do cinema com Davi e Victor, senti o toque dele em minhas pernas. Foi sutil e se eu não estivesse olhando para sua mão movimentando, diria que tinha imaginado.

Não contei nada a ele. Apesar de não falar, eu sentia a tensão no seu olhar por eu não ter apresentado uma melhoria no meu quadro. Ao nos despedir, antes dele ir embora com Davi, o pequenino saltou em minhas pernas para me abraçar e senti todo o seu peso.

Quase chorei de felicidade por sentir dor. Era o sinal que estava esperando. Finalmente tinha aparecido. Quando fiquei sozinha no meu quarto, peguei o telefone e liguei para Nick. Dos meus irmãos, ele era o que estava mais longe, por conta da agenda de show. Estava com saudades e louca para que os dois voltassem logo para o país.

Ouvi seus gritos, quando contei sobre minha evolução. Estava no estúdio que montaram no apartamento, a fim de evitar a exposição para os jornalistas que queriam notícias novas sobre o sucesso da dupla internacional.

Não consegui falar com Nanda. Ela estava dormindo. Nick chegou a confidenciar que estava preocupada com ela, já fazia algumas semanas que se queixava de cansaço e enjoos. Os dois mal comiam por conta dos compromissos.

Mas minha cunhada era teimosa e se recusava a diminuir o ritmo ou ir ao medico, dizendo que só precisava dormir algumas horas a mais.

Nick quis saber como eu estava lidando com a invasão de privacidade e como Victor estava aceitando tudo. Rasguei elogios, por que pode parecer clichê, mas ele era perfeito, estava se dando mais do que devia. Era difícil imaginar meus dias sem ele.

Insisti para que ele levasse um médico a Nanda, já que ela não iria por vontade própria e o fiz jurar que voltariam logo.

Em seguida liguei para a empresa querendo falar com Kadu. Ele não iria gostar de saber que havia ligado para Nick, contado as novidades e para ele não. Nunca vi um irmão tão ciumento.

Ele logo propôs uma saída para comemorar, o que recusei de imediato. Expliquei que Victor não sabia de nada e que eu queria fazer uma surpresa quando eu finalmente pudesse dar os meus primeiros passos. Contra vontade, ele concordou, me intimando a sair para comemorar quando eu tivesse contado para Victor.

Belinda quando soube, saiu do seu trabalho e veio direto para minha casa. Segundo ela, precisava ver com seus próprios olhos.

Ficamos boa parte da noite conversando e em algum momento tocamos na minha intimidade com Victor. Eu parecia que tinha voltado à adolescência. Nada tinha rolado ainda, claro que beijos mais quentes e mãos bobas sempre rolavam, mas Victor se controlava por que eu queria esperar. Eu desejava mais que tudo sentir seu toque por todo o meu corpo. Às vezes acordava de madrugada, depois de ter sonhos fazendo amor com ele.

Quando encontrei você - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora