Um novo recomeço

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Eduarda

Bip bip bip

O velho barulho me despertou. Abri os olhos com dificuldade e demorei alguns segundos até me acostumar com a claridade. Estava de volta ao hospital, disso não tinha dúvidas. Uma bolsa de soro estava ligada ao meu braço e uma faixa envolvia minha cabeça e vários hematomas estavam espalhados pelos meus braços.

O quarto estava claro, então deduzi que era dia. Um vaso de flores estava posto em uma mesa ao lado da minha cama. Corri vagarosamente o olhar pelo quarto e avistei Victor sentado em uma poltrona. Parecia adormecido e seu semblante era de alguém que tinha passado a noite acordado.

Senti uma forte dor de cabeça e fechei meus olhos com força para ver se passava. Minha mente começou a me enviar lembranças do que havia acontecido e imagens de Verônica dirigindo o carro em alta velocidade enquanto apontava uma arma em minha direção não paravam de rodar, como um filme.

Comecei a lembrar de tudo, desde o momento em que ela chegou à faculdade e me obrigou a entrar no carro. Depois veio a imagem de Victor pedindo para ela parar, o carro derrapar e depois um grande branco.

Apertei os olhos com mais força, querendo apagar as imagens. Quando abri novamente, Victor já estava se levantando e caminhando em minha direção.

- Meu amor, você acordou, graças a Deus - disse sorrindo e tocando meu rosto com carinho.

- Por quanto tempo eu dormi dessa vez? - perguntei tentando sorrir, mas sentindo meu rosto doer.

Victor abriu um sorriso tímido e se aproximou como se fosse me beijar.

- Tempo suficiente para deixar maluco. Fiquei com medo de nunca mais ver seus lindos olhos.

- Eu me lembro de tudo. Verônica chegou e estacionou a onde eu estava lhe esperando, como havíamos combinado...

- Aquelas mensagens não fui eu quem as mandou. Ela estava me esperando no meu quarto quando cheguei. Estava armada e tomou o telefone da minha mão quando você me mandou as mensagens.

- Me desculpa, nem desconfiei.

- Não tinha como. Ela ameaçou te machucar... Fiquei maluco e fui para cima dela tentar tomar a arma... Foi quando recebi uma coronhada e fiquei desacordado o tempo suficiente para ela ir ao seu encontro.

- Ela estava descontrolada, ficou o tempo todo falando que eu tinha que desaparecer da sua vida... Falava de planos para vocês dois... E eu não sabia como, mas tinha que sair do carro...

As imagens agora eram dos momentos finais, depois que Victor tentou fazê-la parar. Ele não ia conseguir persuadi-la, porque Verônica estava fora de si.

- Foi então que decidi tentar parar o carro.

- E com isso você quase morreu. Encontrá-la desacordada e toda coberta de sangue quase me matou. Entrei em desespero.

- Eu sinto muito. Não iria permitir que aquela maluca tocasse em você ou no Davi. Só eu poderia parar...

- Achei que fosse perdê-la para sempre - disse tocando meus lábios - nunca mais se arrisque novamente só para me manter a salvo. Jamais poderia me perdoar se eu fosse a causa da sua morte.

- Mas eu morreria em paz, sabendo que ficaria bem.

- Depois do meu filho, você é a razão para me manter sã. Nunca mais permitirei que alguém se aproxime o suficiente para machucá-la. Eu te amo tanto.

Quando encontrei você - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora